A Polícia Federal prendeu 10 policiais civis, nesta sexta-feira (27), durante a segunda fase da “Operação Vereda”, que investiga a participação de policiais em um esquema de comércio ilícito de anabolizantes e tráfico de drogas. Outros quatro agentes públicos foram afastados das funções nesta fase da operação. Segundo a PF, o número de prisões pode aumentar, já que a operação segue em andamento.
Na primeira fase, deflagrada em dezembro de 2017, a PF cumpriu 62 mandados de prisão, afastamento e busca e apreensão. Na ocasião, dois delegados investigados foram afastados da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) e uma delegada foi transferida por decisão judicial.
Nesta sexta-feira, estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão e dois de busca e apreensão contra agentes de segurança público. Até as 8h30, a PF prendeu 11 investigados, sendo 10 agentes da Polícia Civil do Ceará.
Os suspeitos são investigados por um suposto envolvimento em um esquema de tráfico de entorpecentes e anabolizantes na Delegacia de Narcóticos da Polícia Civil do Ceará.
Os crimes investigados pela PF são:
- Falsificação
- Corrupção passiva (solicitar ou receber vantagem);
- Peculato (apropriação ilegal de recursos públicos);
- Associação criminosa;
- Tráfico de drogas.
- Crimes contra a incolumidade pública.
Os mandados judiciais desta segunda fase da Operação Vereda foram expedidos pela 32ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Ceará. Os nomes dos investigados também não foram divulgados pelo órgão.
Um total de 50 policiais federais cumprem os mandados em Fortaleza e Caucaia, na Região Metropolitana. A execução das medidas conta ainda com a participação de policiais da Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).
A Polícia Federal comunicou que a investigação teve início a partir de apuração sobre a comercialização ilegal de anabolizantes vindos da Europa. Os investigadores identificaram a participação dos policiais civis em extorsões praticadas contra o principal investigado. A PF informou também que a apuração revelou “fortes indícios de cometimento de outros crimes, a exemplo de desvios de apreensões de drogas”.
Na primeira fase, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor) e 10 mandados de afastamento de funções, com recolhimento das armas e identidades funcionais. Seis policiais investigados foram removidos para outras unidades da Polícia Civil para atuarem em funções administrativas. Na ocasião, seis pessoas – entre elas, dois policiais civis – foram presas em flagrante.
Dos três delegados investigados na operação, dois foram afastados dos cargos: Patrícia Bezerra, diretora da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas; e Lucas Aragão, delegado-adjunto da Divisão. Após os afastamentos, a delegada Socorro Portela assumiu a direção da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas.
A terceira delegada, Ana Cláudia Nery, teve busca, condução coercitiva e remoção compulsória, ou seja, foi transferida – por decisão judicial – para outro setor, na área administrativa.
A operação foi batizada de Vereda em alusão ao livre arbítrio que levou os integrantes da quadrilha, à sombra da condição policial, para a prática de crimes diversos.
Com informação do G1