A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira (11) um inquérito instaurado sobre integrantes do PMDB e considerou que há indícios de crimes cometidos pelo presidente Michel Temer e outros membros do partido.

Também foram implicados no relatório os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e os ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves –os três últimos estão presos em decorrência de diferentes investigações da PF.

O alvo do inquérito são políticos do PMDB da Câmara dos Deputados.

Para a Polícia Federal, os integrantes da cúpula do partido se organizaram com o objetivo de obter “vantagens indevidas” na administração pública direta e indireta. Entre os crimes atribuídos ao grupo, estão corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e evasão de divisas.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) deve apresentar nova denúncia contra Temer ainda nesta semana, que é a última de Rodrigo Janot à frente da instituição. O inquérito deve oferecer subsídios para essa denúncia.

Em junho, Temer foi denunciado pela primeira vez por Janot, sob acusação de corrupção envolvendo a JBS, mas a Câmara dos Deputados decidiu suspender o trâmite no dia 2 de agosto.

Na semana passada, a PGR denunciou o grupo conhecido como PMDB do Senado, que inclui Romero Jucá, Renan Calheiros e Jader Barbalho, entre outros.

OUTRO LADO

Temer, por meio de sua assessoria, disse que não participa nem participou de nenhuma quadrilha, como foi divulgado, nem integra qualquer “estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública”.

“O presidente Temer lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça.”

Eliseu Padilha informou, também via assessoria, que só irá se pronunciar quando e “se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”.

Moreira Franco disse que jamais participou “de qualquer grupo para a prática do ilícito”. “Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático.”

A defesa de Eduardo Cunha informou que ele nega de forma veemente todas as acusações e prestará esclarecimentos oportunamente.

Com informações Folha de S. Paulo