O número de brasileiros com planos de saúde registrou queda pelo terceiro ano consecutivo. Porém, na contramão da maioria dos estados, em 2017, o Ceará ficou em segundo lugar no ranking de estados com crescente em contratação de planos de saúde. O estado registrou um aumento de 32.073 contratos, ficando atrás apenas de Minas Gerais (33.350 novos usuários).

Em 2017, 281,6 mil pessoas deixaram de ter acesso à saúde suplementar. Eram 47,3 milhões de beneficiários em dezembro passado ante 47,6 milhões no mesmo mês de 2016, de acordo com dados Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em três anos, houve redução de 3,1 milhões de usuários.A velocidade dessa retração, no entanto, caiu significativamente. Em 2016, o setor havia registrado perda de 1,6 milhão de consumidores. O resultado, dizem especialistas, é fruto da recuperação da economia brasileira, que deve registrar em 2018 o primeiro resultado positivo — a expectativa é de crescimento de 1% — após dois anos de recuo do PIB (Produto Interno Bruto).

— Quando olhamos os dados mais recentes percebemos uma pequena recuperação, mas no ano o número ainda é negativo, o que está totalmente conectado à situação econômica do país. Esperamos uma recuperação gradual, que dependerá do mercado de trabalho. Vínhamos de uma década de crescimento constante com a melhora da renda e a expansão do acesso da população à saúde suplementar. Estamos num momento de reversão do ciclo — avalia Sandro Leal, superintendente de Regulação da Federação Nacional de Saúde (FenaSaúde

A recuperação apontada por Leal, pode ser vista quando se compara o número de usuários de novembro aos de dezembro de 2017, quando foi registrado aumento de 108.551 pessoas atendidas pela saúde suplementar.

— A maior queda se deu no primeiro trimestre, quando perdemos cerca de 200 mil beneficiários. De abril em diante vivemos pequenas flutuações, mas o número se manteve mais estável — diz o superintendente da FenaSaúde.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aposta que o número de beneficiários do setor será ampliado este ano em até 500 mil pessoas, levando em conta as estimativas atuais feitas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central de crescimento da economia para 2018 — de 1,9% e de 2,7%, respectivamente. A Abramge reforça o argumento de que o setor é diretamente afetado pelo número de empregos formais. Hoje, os planos empresariais respondem por 66% do número de usuários.