Em votação durante a convenção nacional extraordinária do PMDB, nesta terça-feira (19), em Brasília, os delegados do partido aprovaram a mudança de nome da sigla para MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Por 325 votos a 88, a mudança foi aprovada.

Houve ainda 29 votos brancos e nulos, de um total de 414 votantes. Foi aprovada também a regularização do estatuto do partido, ajustando-o para as novas regras de financiamento de campanha –condição para que a legenda receba os recursos do recém-criado fundo eleitoral.

A alteração de nome ainda precisará ser validada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que registra os partidos políticos no Brasil. O procedimento, no entanto, é considerado protocolar.

Em 2017, outras duas legendas também mudaram de nome: PTN virou Podemos, e PTdoB virou Avante.

Presidente nacional do partido, o senador Romero Jucá (RR) manifestou a intenção de transformar “o novo MDB” em uma “força política em prol da sociedade brasileira”.

Em agosto, a Comissão Executiva Nacional do partido já havia enviado ao tribunal um ofício solicitando a retirada do “P” de PMDB.

Na época, Jucá afirmou que o objetivo da alteração é resgatar a memória histórica do PMDB e retirar “o último resquício da ditadura” de dentro do partido.

Entre 1966 e 1979, durante o regime militar, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) era o único partido nacional de oposição ao do governo (Arena) dentro do sistema do bipartidarismo instaurado no país após a edição do Ato Institucional nº 2, de 1965 –que extinguiu os partidos existentes.

A convenção foi inicialmente convocada para 27 de setembro, mas foi adiada porque o partido estava às voltas com a segunda denúncia oferecida contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), posteriormente rejeitada pela Câmara.

O estatuto não foi alterado, mas discutido. Jucá anunciou que o partido vai apresentar, no final de março do ano que vem – quando a legenda realizar sua convenção nacional ordinária – a nova estrutura de organização partidária, depois de discussão entre os diretórios estaduais.

Questionado se a mudança de nome tinha como objetivo desassociar o PMDB de escândalos de corrupção, Jucá afirmou que os integrantes do partido devem responder a todas as ações.

“Qualquer coisa que seja investigada será respondida, e cada um individualmente é responsável por aquilo que tenha feito de equivocado. O partido não tem nada a ver com isso, está tranquilo, e vai disputar as eleições de cabeça erguida”, declarou.

Candidatura própria nas eleições presidenciais de 2018, segundo o senador, pode ser uma opção, e vai depender mais do final do governo Temer do que do começo.

“Vamos discutir com diversos partidos que são da base, do espectro partidário e do centro, e a partir daí vamos ver qual é o melhor nome que tem condições de defender o legado e ganhar a eleição para continuar a fazer essa transição da economia e do sistema social brasileiro para algo melhor do que tem hoje”, afirmou.