O inspetor da Polícia Civil Flávio Martins Dantas, de 62 anos, morreu nessa terça-feira com um rompimento da artéria aorta, cerca de 24 horas após desmaiar durante um depoimento como testemunha à Controladoria Geral de Disciplina. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Francisco Lucas Oliveira, diz que o policial sofreu “pressão” durante a audiência, o que pode ter ocasionado o aumento da pressão arterial. A CGD nega que tenha havido pressão durante o depoimento.

Segundo Francisco Lucas, o policial foi depor bastante pressionado e mesmo o advogado tendo pedido para interromper, a Controladoria achou por bem concluir a oitiva dele. Quando o mesmo desmaiou, foi levado ao hospital, mas a condição dele estava bastante agravada. Ele prestou depoimento para apurar indícios de irregularidades cometidas por dois policiais em uma sindicância da CGD.

Em nota, a CGD diz que o policial aposentado recebeu ajuda “imediatamente” após o incidente e foi levado ao Hospital Prontocárdio. Já o Sindicato dos Policiais Civis diz que os servidores da CGD “se limitaram apenas a determinar que dois funcionários terceirizados encaminhassem o policial ao Prontocardio, sem dar qualquer amparo ulterior ao servidor ou familiares”. Flávio Martins Dantas se aposentou como inspetor da Polícia Civil após prestar serviços à corporação por 30 anos. A família do policial diz que, caso seja constatada a pressão do depoimento como efeito da morte, irá recorrer na Justiça contra a CGD.