O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) decidiu fazer delação premiada. Nesta sexta-feira, diante da promessa de que ‘muito em breve’ poderá ganhar a liberdade, ele comunicou seu advogado de confiança, o veterano criminalista José Roberto Batochio, que não precisa mais de sua assistência.
Palocci está preso desde setembro de 2016.
Em abril, quando foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro na ação penal em que é réu pelo suposto recebimento de R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht – parte do valor teria sido destinado ao PT -, Palocci acenou claramente com a possibilidade de fazer delação. Na ocasião, ele disse ao juiz que tinha informações importantes a revelar que podem esticar por mais um ano, pelo menos, os trabalhos da Lava Jato.
Batochio defende Palocci há dez anos. Nesse período conseguiu 12 absolvições do ex-ministro, como no episódio do caseiro Francenildo e na investigação sobre tomate com ervilhas da merenda escolar de Ribeirão Preto, município do qual o petista foi prefeito.
“Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo meridional”, declarou Batochio, referindo-se ao presídio onde o ex-ministro se encontra, nos arredores de Curitiba.
Em nota, o escritório José Roberto Batochio Advogados Associados confirmou que Palocci deu início à delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. A nota destaca que Batochio deixou a defesa do ex-ministro em duas ações penais no âmbito da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, sob tutela do juiz Sérgio Moro.
LEIA A NOTA
“O escritório José Roberto Batochio Advogados Associados deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos que contra este são promovidos perante o juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba, em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa Lava-Jato, espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais.”
Com informações O Estado de São Paulo