Interlocutores do deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP), que cumpre prisão domiciliar em São Paulo, condenado por lavagem de dinheiro, pediram a parlamentares da Câmara que arrastem por “pelo menos 15 dias” a palavra final sobre a perda do mandato do parlamentar.

Na semana passada, Maluf conseguiu mais uma semana: a Mesa Diretora da Câmara se reuniu para discutir o caso, mas, dois deputados Andre Fufuca, do PP, partido de Maluf, e Fabio Ramalho (MDB), pediram vista – mais tempo para analisar o caso – e adiaram a decisão.

O argumento deles: a vista daria tempo para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), buscar mais informações sobre o caso no STF.

Advogados de Maluf querem protelar o caso pois sabem que, em meio às eleições, dificilmente a Câmara vai se reunir para resolver o tema.

Ocorre que Maia argumenta aos colegas, nos bastidores, que a Mesa Diretora pode ser acusada de descumprir uma decisão judicial. Além disso, Maia fala em custo político para os parlamentares nas urnas se eles não resolverem a questão antes do pleito.

Para Maia, segundo o blog apurou, a Mesa não pode deixar passar de terça-feira (14) – opinião que não é unânime entre membros do grupo. Ramalho, por exemplo, já afirmou que o plenário da Câmara é quem deveria dar a palavra final sobre cassações.

O ministro Fachin determinou em dezembro que a Mesa Diretora decretasse a perda de mandato de Maluf. Maia ficou de conversar com a ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, para pedir que uma ação da Câmara sobre o assunto – quem deve cassar – seja definido, para casos futuros.

Mas, para o caso presente, Maia avalia que a Câmara já deu os prazos de defesa do deputado e que, se não cassarem Maluf antes das eleições, os parlamentares serão cobrados nas urnas.

A Mesa Diretora marcou uma reunião para esta terça-feira (14).

Com informação do G1