O avanço das negociações para o ingresso do presidente Jair Bolsonaro nos quadros do PP (Partido Progressista) deixa a sigla mais distante do Palácio da Abolição na corrida das eleições de 2022. O PP, que tem como presidente regional o deputado federal AJ Albuquerque, integra hoje à base de apoio ao Governador Camilo Santana (PT), mas, pelo cenário nacional que está sendo construído, a tendência é que a agremiação esteja, no próximo ano, no palanque do deputado federal Capitão Wagner (PROS), pré-candidato ao Governo do Estado.
AJ tem conflitos com o Governo Camilo, embora o pai, José Albuquerque, seja Secretário das Cidades. As divergências com as lideranças estaduais do PDT deixaram AJ Albuquerque mais integrado ao grupo leal ao presidente Jair Bolsonaro. Parlamentar de primeiro mandato, AJ é um dos votos mais seguros a favor do Governo na Câmara Federal e, como contrapartida, tem recebido atenção do Palácio do Planalto na liberação de recursos da União para as suas bases eleitorais.
As últimas articulações para o ingresso do presidente Bolsonaro no PP mexem com o quadro político estadual. Um dos mais sintonizados com essa mudança é o Capitão Wagner que terá o PP como aliado, atraindo tempo na propaganda de rádio e televisão e recursos do fundo eleitoral. Wagner já conta, hoje, com o Republicanos e está com um pé no novo partido União Brasil, que surge da fusão do DEM com o PSL.
As informações dos bastidores políticos dão como certa a volta do presidente Jair Bolsonaro ao PP.
A porta para a filiação foi aberta pelo atual Ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PI), e pelo presidente da Câmara, Artur Lira (AL), mas existem divergências entre lideranças estaduais uma vez que, ao longo dos governos Lula e Dilma, o PP esteve mais perto do PT, mantendo essa aliança, por exemplo, em vários estados do Nordeste, como acontece no Ceará. Os caminhos para o PP estão abertos, mas os aliados de Bolsonaro têm, ainda, como alternativas, em termos partidários, o PTB e o PL.