O apresentador de TV Luciano Huck, cotado para concorrer à Presidência da República nas eleições deste ano, está em dificuldades dentro do PPS, partido pelo qual, em tese, concorreria. Pelo menos dois grupos ligados a legenda são contrários atualmente a uma chapa com ele. Um deles defende o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), enquanto outro prega apoio ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Uma nova rodada de conversas do apresentador com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, está prevista para a próxima semana. Até o momento, integrantes das duas correntes estão sendo mantidos longe das negociações. Houve especulação de que Buarque pudesse participar do encontro com Huck numa tentativa de aproximá-los e construir uma unidade na sigla. O senador, contudo, teve problemas de saúde e não houve a reunião. Buarque disse ontem ao Jornal O Globo que não foi convidado e reafirmou que, se quiser ser candidato, Huck terá de disputar prévia com ele. “Não há resistências à entrada dele no partido. O que há são resistências à chegada de uma pessoa que já vem para ser candidato a presidente”, pontuou Buarque.

Em outro foco de resistência, o presidente do PPS em São Paulo, Arnaldo Jardim, também defende disputa interna. “Acho que o PPS não deve embarcar nessa história do Huck. Ele é muito atraente do ponto de vista de apelo eleitoral, mas absolutamente inconsistente do ponto de vista de uma gestão futura do Brasil. Ele (Freire) vai ter que disputar dentro do PPS isso (candidatura de Huck)”, explicou Jardim.

Nos bastidores, lideranças do partido dizem que, apesar das dissidências, Freire não teria dificuldades para sacramentar Huck como candidato. Ele é presidente do PPS há 27 anos e tem controle do partido. A legenda prepara para março um congresso para decidir sobre as eleições de 2018.