O auxílio emergencial virou a principal fonte de renda de 65 milhões de brasileiros na pandemia do novo coronavírus, mas a procura pelo benefício continua grande em todos os cantos do país. De acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF), cerca de 52 mil brasileiros cadastram-se todos os dias no site e no aplicativo do auxílio emergencial para tentar entrar na lista de contemplados pela ajuda de R$ 600. Porém, o prazo para solicitar o benefício acaba nesta semana.
Segundo a lei que criou o auxílio emergencial, os brasileiros tinham 90 dias para se cadastrar no programa. Como a Lei nº 13.982 foi publicada em 2 de abril, o prazo de inscrições acaba, portanto, em 2 de julho, ou seja, na próxima quinta-feira. E o governo não parece disposto a prorrogar a data, como já garantiu que vai estender os pagamentos do auxílio emergencial, liberando mais R$ 1,2 mil para cada trabalhador, provavelmente em parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
“Temos mais uma semana para pedir o cadastramento. A partir de 2 de julho, o cadastramento estará fechado”, alertou o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, durante o anúncio do calendário de pagamentos da terceira parcela dos R$ 600. O secretário-executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto, confirmou que não há orientações para prorrogar esse prazo. “A discussão sobre a prorrogação é com o intuito de aumentar o número de parcelas que serão pagas a esses trabalhadores, não o prazo de inscrições”, pontuou.
Por conta disso, a expectativa é de que os pedidos do auxílio emergencial se acelerem nos próximos dias. Mas o governo garante que o site e o aplicativo do benefício estão prontos para receber os cadastros de todos os brasileiros que ainda não recebem os R$ 600, mas gostariam de acessar o benefício e devem pedir o recurso até quinta-feira. “Quando foi lançado, o aplicativo do auxílio emergencial chegou a receber mais de 5 milhões de solicitações em um único dia. Então, ele está completamente preparado para qualquer carga adicional. Seguramente, não teremos nenhum problema operacional”, assegurou o vice-presidente da Rede de Varejo da Caixa, Paulo Henrique Ângelo
Barreto acrescentou que, mesmo com um possível aumento nas inscrições, os novos pedidos do auxílio emergencial não devem chegar à marca dos milhões desta vez. Por isso, o número de contemplados pelo benefício não deve passar muito dos atuais 65 milhões. “Já analisamos 150 milhões de CPFs. E mais de 58% da população brasileira já foram beneficiados direta ou indiretamente, porque, quando somamos os 64 milhões de elegíveis aos R$ 600 com os seus familiares, chegamos a mais de 124 milhões de habitantes. Então, quando analisamos as estatísticas de renda e informalidade do IBGE, percebemos que o número de pessoas que se cadastraram no programa já passou das expectativas do governo e chegou próximo do limite do grupo que teria direito ao benefício”, explicou o secretário-executivo da Cidadania.
A maior parte dos trabalhadores informais, dos microempreendedores individuais, dos contribuintes autônomos e dos brasileiros de baixa renda que se encaixavam nos critérios do auxílio emergencial, por exemplo, já pediu e já está sendo assistido pelos R$ 600. Além disso, 42,2 milhões de brasileiros também tiveram o pedido analisado pelo governo, mas foram considerados inelegíveis ao benefício. E cerca de 2 milhões de cadastros estão em análise na Dataprev. Por isso, o governo espera cadastros residuais. “Mas as pessoas que se encaixam nesses grupos, caso não tenham recebido mais de R$ 28 mil no ano de 2018, podem fazer o pedido. Todos os cadastros realizados até 2 de julho serão realizados”, pontuou Ângelo, reforçando que as inscrições devem ser realizadas no site e no aplicativo do auxílio.