Despreocupado com possíveis desgastes, o Ministro da Fazenda, Henrique Meireles, que é pré-candidato à Presidência da República, não tem se esquivado da defesa intransigente das mudanças nas regras para os brasileiros se aposentarem. Meireles, como pai da reforma previdenciária, a defende sem meio termo, enquanto vê aliados do Governo na Câmara Federal fugirem do convite para acompanhá-lo nessa defesa. Os deputados federais temem desgaste com o eleitor se apoiarem a reforma.
O presidente Michel Temer quer que os aliados na Câmara dos Deputados coloquem em votação, no mês de fevereiro, o projeto da reforma da previdência. São necessários 308 votos, mas, pelos cálculos dos governistas, a conta ainda não está fechada e o Palácio do Planalto precisa de mais 50 votos para garantir uma vitória.
Dentro do próprio PSD de Henrique Meireles, tem divergências sobre a reforma e alguns parlamentares – como o deputado federal Domingos Neto, não acompanham a orientação da cúpula nacional da sigla para aprovação das normas que mudam os critérios para os trabalhadores se aposentarem.
Uma dessas normas é o aumento do tempo de contribuição e a fixação de uma idade mínima para homens e mulheres requerem a aposentadoria. Recebido com orações e, também, pelo empresário Flávio Rocha, dono da Rede Riachuelo, o ministro e presidenciável Henrique Meireles participou, na noite da última quinta-feira, em São Paulo, de um culto evangélico onde falou sobre as mudanças na economia com reflexos positivos na vida dos brasileiros e da necessidade da reforma previdenciária.
“Imagina uma família em que todos gastam mais do que ganham e vão pedir dinheiro ao banco emprestado, juros subindo, inflação subindo, emprego caindo. Isso é o que estava acontecendo no Brasil”, discurso Meireles, que foi saudado pelo empresário Flávio Rocha com uma mensagem de esperança: ‘’estamos vendo algo “extremamente profético” acontecer, diz o empresário, que ainda afirmou: a “virada de página” da economia, uma “luz no fim do túnel”, e a “lucidez” de Meirelles tem muito a ver com isso.
O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, nos bastidores políticos avança com a sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, tem buscado se aproximar do segmento evangélico, que concentra, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 32% da população brasileira.