O mês de dezembro chega com expectativas em relação a quadra chuvosa do Ceará e marca o início da Pré-Estação. O período, que vai até janeiro, tem média pluviométrica de 130,3 milímetros, sendo 31,6 mm no primeiro mês e 98,7 mm no segundo, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Geralmente, as primeiras precipitações da Pré-Estação chegam ao sul do Estado, como na macrorregião do Cariri. Já em janeiro, elas tendem a ser mais generalizadas e significativas, no território como um todo.
O sul do estado recebe influências, na forma de algumas instabilidades atmosféricas, facilitadas por sistemas meteorológicos – Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCANs) e Cavados de Altos Níveis (CANs) – que costumam chegar no estado da Bahia e deslocam-se para leste, explica Raul Fritz, meteorologista da Funceme.
Fritz reforça que os vórtices e cavados têm seu ápice de atuação em janeiro, podendo se estender até fevereiro (início da quadra chuvosa), mas escasseando de março em diante. Os sistemas indutores de precipitações nesta época são de baixa previsibilidade e costumam ser identificados com previsões de curto prazo, isto é, até três dias.
A esperança é que com as chuvas, a situação hídrica do Ceará melhore. Em setembro, o açude Castanhão, atingiu o segundo pior volume hídrico de sua história para o mês, chegando a apenas 4,48% da capacidade. O reservatório, que é o maior do estado, é responsável por abastecer municípios do Vale do Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Até o ano passado, o açude assegurava parte desse fornecimento por meio do projeto Eixão das Águas. Já neste ano, o baixo nível de água coloca em risco o abastecimento de cidades das regiões do Médio e Baixo Jaguaribe.
Dados
Na última Pré-Estação, a macrorregião que mais recebeu chuva foi o Cariri, com 254 mm, o que representa um desvio positivo de 17,5%. Ela é área do Ceará com maior média nos dois meses que antecedem a quadra chuvosa.
Considerando o Estado como um todo – que teve acumulado de 197,8 mm – a última Pré-Estação foi a melhor desde o ano de 2015, quando a Funceme registrou média de 201,7 milímetros.