O deputado estadual José Albuquerque (PDT) assumiu a Presidência da Assembleia Legislativa na Mesa Diretora eleita para o biênio 2017-2018 e terá, pela frente, muitos desafios políticos na condução dos trabalhos da Casa. Os próximos dois anos serão estratégicos para a atuação do grupo comandado pelo ex-governador Cid Gomes (PDT).
O ambiente terá uma disputa ainda mais acirrada com vistas às eleições de 2018, principalmente, com a chegada de Eunício Oliveira à Presidência do Senado (PMDB). Eunício se fortalece, embora no Ceará as bancadas estadual e federal do PMDB tenham minguado em relação ao pleito de 2014. A Presidência do Senado, somada a reação na economia e as obras do Governo Federal no Ceará, o darão, porém, condições para reconstruir alianças e atrair parlamentares para o PMDB e siglas aliadas.
Com esse cenário de adversidades, caberá a José Albuquerque o papel de construir boas alianças na Assembleia Legislativa e, mesmo com o desafio de manter a independência entre os Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), precisará ter jogo de cintura para reagregar a base parlamentar que saiu com arranhões na disputa pelo comando da Casa no ano início de dezembro do ano passado.
A disputa rachou a base de apoio ao Governo e provocou o rompimento do atual presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Domingos Filho, com os irmãos Cid e Ciro Gomes e com o governador Camilo Santana (PT). Os aliados de Domingos Filho votaram com o deputado Sérgio Aguiar (PDT) para presidente da Mesa Diretora. Albuquerque suou a camisa para virar o jogo e conseguir a reeleição. A intervenção dos irmãos Cid e Ciro foi determinante para à reeleição de José Albuquerque.
Ao longo dos últimos 25 anos, os Presidentes da Assembleia Legislativa cumpriram papel importante na articulação política para o Governo do Estado. Como é tênue a distância entre o discurso e a prática, quando se fala em independência entre os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, o presidente da Assembleia sempre busca articular os caminhos para o governador não enfrentar dificuldades para aprovar matérias ou mesmo ampliar bases políticas.
José Albuquerque precisa cumprir esse papel e, nos próximos anos, estará cercado de pressões e articulações diante de uma oposição mais fortalecida e de deputados estaduais à procura de um melhor guarda chuva para garantia da reeleição. A renovação dos mandatos será em 2018, mas, para garantir alianças com mais estabilidade no próximo ano, os deputados estaduais jogarão com exigências a serem executadas em 2017. O discurso é uniforme: não dá mais para esperar promessas, nem ilusões. Os dois lados – situação e oposição, jogarão com esse poder de barganha.
MESA DIRETORA EMPOSSADA PARA O BIÊNIO 2017-2018
Zezinho Albuquerque (PDT)
Tin Gomes (PHS)
Manoel Duca (PDT)
Audic Mota (PMDB)
João Jaime (DEM)
Julinho (PDT)
Augusta Brito (PCdoB)
Robério Monteiro (PDT)
Ferreira Aragão (PDT)
Bruno Pedrosa (PP)