O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, afirmou nesta segunda-feira (17) que as urnas eletrônicas usadas nas eleições são confiáveis e que não tem “sentido” questionar a segurança dos equipamentos.

O ministro fez a afirmação ao ser questionado por jornalistas, em entrevista na sede do STF, em Brasília, sobre as declarações do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), que levantaram a possibilidade de fraude na apuração dos votos nas eleições.

“Não tem absolutamente sentido isso, as urnas eletrônicas brasileiras são totalmente confiáveis”, disse Toffoli.

“Digo apenas e tão somente que ele [Bolsonaro] sempre foi eleito através da urna eletrônica”, afirmou o ministro. “Tem gente que acredita em saci pererê”, acrescentou.

As urnas eletrônicas começaram a ser implantadas nas eleições em 1996, mas só foram utilizadas em todos os municípios nas eleições de 2002. Bolsonaro está em seu sétimo mandato. Ele foi eleito em três eleições antes de 2002, e em outras quatro vezes após o uso amplo das urnas eletrônicas.

Toffoli também já foi presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), última instância da Justiça Eleitoral e órgão responsável por organizar as eleições no país.

Em vídeo divulgado neste domingo (16), Bolsonaro sugeriu a existência de programas que podem fraudar as urnas eletrônicas e que podem inserir “uma média de 40 votos para o PT” em sessões de votação em todo o Brasil.

O candidato não apresentou nenhuma evidência que sustente suas afirmações.

Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou que o tribunal não iria se manifestar sobre as declarações de Bolsonaro.

Em junho, o STF suspendeu o uso de urnas com voto impresso nessas eleições. Os equipamentos seriam empregados em 5% das urnas eletrônicas, por determinação de uma alteração na legislação eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional em 2015.

Os ministros do Supremo entenderam que as urnas eletrônicas são seguras e que a adoção do voto impresso poderia prejudicar o sigilo do voto.

A ação no STF contra o voto impresso foi apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A Procuradoria afirma que a medida representaria um “retrocesso para o processo eleitoral”, ampliando a possibilidade de fraudes e ameaçando o sigilo do voto.

Em manifestação feita no processo no Supremo, o TSE afirmou que o voto impresso representa “inegável retrocesso no processo de apuração das eleições” e põe em risco o segredo do voto “sem aparente utilidade concreta” para a transparência nas eleições.

Haddad defende TSE

Em sabatina UOL/Folha/SBT, Fernando Haddad (PT) disse na manhã desta segunda-feira que, na eleição passada, o PSDB contestou o resultado da eleição e, recentemente, o ex-presidente do partido tucano, reconheceu que a sigla errou, colaborando para alavancar a crise política no país.

“Estou em ótima companhia nas minhas afirmações. Recentemente, ex-presidente do PSDB, o senador Tasso Jeiressati, acabou de dizer. Repetiu quase que integralmente meu discurso. Não se deveria contestar resultado eleitoral que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proclamou. Porque o TSE não é petista, acabou de caçar a candidatura do presidente Lula, desautorizando a ONU, desautorizando um tratado internacional”, disse o candidato.

Haddad afirmou ainda esperar que a Justiça Eleitoral se manifeste sobre as acusações de que a eleição pode ser alvo de fraude. “Na verdade, quem garante a lisura do processo é o TSE.”

 

 

 

 

Com informação do UOL