O delegado Wilson Palermo, que está de plantão na Delegacia de Homicídios, disse que a perícia feita no local constatou que Alexander Silva, que foi preso na manhã desta sexta-feira, dopou Andréa Cabral Pinheiro, de 27 anos, e as duas crianças – uma menina de 12 anos e um bebê de 11 meses – antes de matá-las. O delegado disse ainda que o preso não demonstrou nenhum arrependimento. O crime aconteceu num condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

— A perícia identificou que houve a utilização de melatonina, uma substância que tem como finalidade provocar sono. Não temos dúvidas de que foi realmente ele o autor do crime, até por conta de outras testemunhas — disse o delegado que ainda vai ouvir o acusado para obter mais detalhes sobre o crime e sua motivação.

A melatonina é um hormônio produzido no cérebro pela glândula pineal e estimula o sono. É vendida em farmácias e indicada para pessoas com insônia.

O delegado contou que desde a noite anterior ao crime, os parentes mais próximos não tinham mais contato com as vítimas. Isso acendeu um alerta e foram até o local, quando verificaram que estavam supostamente dormindo.

— Estavam na posição de dormir. Porém, já estavam efetivamente mortas — disse Palermo, acrescentando que o suspeito não quis falar nada ao ser preso, mas demonstrou não estar arrependido: — Não demostrou nenhum arrependimento, está frio e calmo.

Segundo testemunhas, o preso trabalhava com manutenção de piscinas. Também tem outras passagens pela polícia que serão levantadas, segundo o delegado. Palermo disse que o preso responderá por homicídio, feminicídio e vai estar incluído na nova lei que trata da violência doméstica contra criança e adolescente.

Os corpos das vítimas foram encontrados na madrugada desta sexta-feira. Duas das vítimas, a mulher e a menina, tinham marcas de tiro. Policiais militares do 31ºBPM (Recreio) o prenderam a partir de denúncias recebidas indicando o paradeiro dele no condomínio.

—Estamos em diligência desde o início da noite de ontem. Passamos a madrugada inteira a procura dele, fazendo perícias no local, as diligências cabíveis ali e recebemos de manhã a notícia de que ele (o suspeito) teria retornado ao condomínio. Por isso que nós fomos ao local e a prisão dele foi efetuada . — contou o delegado.

Segundo relato de um vizinho, Alexander foi piscineiro do condomínio onde ocorreu o crime até conhecer a ex-esposa, mãe da filha mais velha do preso, uma das vítimas do crime.

— Ele trabalhava com piscineiro até conhecer e se relacionar com a ex-esposa. Depois, passou a morar com ela e tiveram a menina, mas a ex-esposa morreu pouco depois, de câncer, e ele ficou com o apartamento — contou João Galindo, de 26 anos.

(*)com informação do Jornal Extra