Internos da unidade prisional Professor José Sobreira de Amorim, localizado em Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza, iniciaram um motim na noite de ontem (15) após atearem fogo em colchões. Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), as chamas atingiram a área de banho de sol, mas não houve danos nas celas.
O conflito foi contido por agentes penitenciários e por policiais do Batalhão de Choque. Alguns internos ficaram feridos e foram atendidos no próprio local.
Outros casos
Apesar de a Sejus confirmar apenas esse caso, o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp CE), Valdemiro Barbosa, informou que houve motim também no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis). O motivo, segundo ele, seria a decisão da secretaria de suspender as visitas de crianças a condenados por crimes sexuais, expedida ontem à tarde.
Um dos internos do presídio foi acusado de estuprar uma menina de 11 anos durante a visita do último sábado(13). De acordo com relatos dos agentes penitenciários que trabalham no local, os detentos romperam os portões dos setores onde ficam as celas para buscar o local onde o interno acusado do estupro estaria isolado.
“Uma das causas do que aconteceu [o estupro] é a carência de efetivo”, destaca Barbosa. Segundo ele, a Cepis conta com 15 agentes para mais de 2 mil internos. Inaugurada em novembro de 2016, a unidade tem capacidade para 1.016 presos.
Segundo o presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), Cláudio Justa, a menina estava acompanhada da mãe em visita ao pai quando outro interno, que cumpre pena por crime sexual, a abordou e levou para um local afastado onde cometeu o abuso.
Segundo a Sejus, a Lei de Execução Penal garante a visita de filhos e netos de internos. Em nota, a secretaria informou que esses momentos sempre transcorreram normalmente, com as crianças cadastradas no Núcleo de Cadastro de Visitantes e acompanhadas pelos responsáveis legais.
A Delegacia Metropolitana de Itaitinga está a cargo do caso e o interno acusado de cometer o estupro ficará em isolamento até a conclusão das investigações.
COM AGÊNCIA BRASIL