Os baixos índices de votos nas eleições interrompem temporariamente a carreira política do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que, com a derrota nas urnas, adia o sonho de governar o Estado do Ceará e agora volta os olhos para a disputa pela Prefeitura da Capital em 2024. Roberto recebeu apenas 734.976 votos – 14.14%.

As informações dos bastidores políticos apontam que, embora tenha direito à reeleição, o atual prefeito José Sarto não concorreria a um novo mandato, daí a leitura sobre a possibilidade da volta de Roberto Cláudio ao cenário da disputa pela Prefeitura da Capital.

Roberto exerceu dois mandatos de prefeito, saiu bem avaliado e conseguiu eleger o sucessor José Sarto. Agora, pela frente, terá o mesmo adversário da eleição ao Governo do Estado e, também, de embates em Fortaleza: segundo colocado na briga pelo Palácio da Abolição, o Capitão Wagner (União Brasil) já abre caminhos para, em 2024, disputar a Prefeitura.

ARTICULAÇÕES, IMPOSIÇÃO E ERROS DO PDT

Com a candidatura ao Palácio da Abolição imposta pelo presidenciável Ciro Gomes, Roberto Cláudio errou nas projeções. O ex-prefeito de Fortaleza, ao lado do irmão Prisco Bezerra, do presidente estadual do PDT, André Figueiredo, e do candidato a vice Domingos Filho, fez o cálculo de que, no pior cenário, estaria no 2º turno contra o Capitão Wagner (União Brasil).

Durante a pré-campanha, o ex-governador Camilo Santana defendeu a escolha da Governadora Izolda Cela como candidata à reeleição. Izolda era o nome sonhado e defendido por Camilo Santana, com o apoio dos irmãos Cid e Ivo Gomes, como solução para manter a aliança do PDT com o PT.

O caminho construído pelo ex-governador e senador eleito unia o PDT e o PT com outras 13 siglas, mas a pressa de alguns pedetistas mudou por completo os rumos da corrida ao Governo do Estado.

Os cálculos do presidenciável Ciro e do presidente regional do PDT, André Figueiredo, apontavam que o movimento deflagrado por Camilo era de vôo curto e que o líder petista iria preservar a candidatura ao Senado e, por essa razão, não estimularia o lançamento de um nome ao Palácio da Abolição.

ERRO FATAL

O erro, nessa avaliação, acabou sendo fatal: encorajado pelo apoio da maioria dos prefeitos do Ceará e pelos dirigentes de 9 partidos, Camilo, respaldado pelo presidenciável Lula, não apenas preservou a própria candidatura ao Senado como conseguiu, também, vencer no 1º turno a eleição ao Governo do Estado.

A coligação liderada pelo PT passou a ser integrada pelo PSOL, REDE, PV, Solidariedade, PP, PC do B, PRTB e MDB. O PROS chegou a participar da aliança, mas, por decisão judicial, acabou saindo da Coligação ‘Ceará Cada Vez Maior’. O movimento suprapartidário ganhou ainda mais força com as dissidências de prefeitos eleitos pelo PDT e PSD que declararam apoio a Camilo e Elmano. Os números indicavam que, entre os 184 prefeitos, pelo menos, 110 trabalharam pela candidatura de Elmano.