Os economistas do mercado financeiro voltaram a reduzir levemente suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta terça-feira, 02, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2017 foi de 4,04% para 4,03%. Há um mês, estava em 4,10%. Já a projeção para o IPCA de 2018 foi de 4,32% para 4,30%, ante 4,50% de quatro semanas atrás.

Na prática, as projeções de mercado divulgadas no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).

Em abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia da inflação oficial – encerrou o mês com taxa de 0,21%.

Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terceira semana de abril, o Banco Central informou suas projeções de inflação. No cenário de mercado – que utiliza câmbio e juros variáveis – , a projeção é de 4,1% para 2017 e de 4,5% para 2018.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 seguiu em 4,03% no Focus. Para 2018, a estimativa permaneceu em 4,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,08% e 4,30%, respectivamente.

Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,60% para 4,64% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,57%.

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para abril de 2017 passou de 0,21% para 0,20%. Um mês antes, estava em 0,40%. No caso de maio, a previsão de inflação do Focus seguiu em 0,52%, ante 0,35% de quatro semanas atrás.

Selic. Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2017 e de 2018. O Focus mostrou que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,50% ao ano. Há um mês, estava em 8,75%.

O relatório indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 permaneceu em 8,50% ao ano. Há um mês, a projeção estava no mesmo patamar.

O Copom anunciou mês passado corte de 1 ponto porcentual da Selic, para 11,25% ao ano, como esperado pelo mercado. No entanto, a ata do encontro deixou a porta aberta para a intensificação dos cortes. Isso porque, em trecho do documento, os diretores argumentaram que a evolução da conjuntura econômica já permitiria uma intensificação do ritmo de flexibilização monetária maior do que a decidida na reunião de abril. Ainda assim, em função das incertezas, a opção foi por um corte de 1 ponto em abril naquela ocasião.

No relatório Focus, a Selic média de 2017 foi de 10,31% para 10,28% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,38%. No caso de 2018, a Selic média passou de 8,60% para 8,56%. Quatro semanas antes, estava em 8,75%.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 8,50% ao ano, mesmo patamar de uma semana e de um mês antes. O Top 5 também manteve a projeção para a Selic no fim de 2018, em 8,50% ao ano, igual ao verificado uma semana e um mês atrás.

PIB. Os economistas também elevaram suas projeções para a atividade em 2017. A mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de alta de 0,43% para avanço de 0,46%. Há um mês, a perspectiva era de crescimento de 0,47%. Para 2018, o mercado manteve a previsão de alta, de 2,50%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava no mesmo patamar.

Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em abril, os diretores do Banco Central afirmaram que os indicadores permanecem compatíveis com a estabilização da atividade econômica ao longo de 2017.

No relatório Focus, as projeções para a produção industrial indicaram um cenário de recuperação neste e no próximo ano. O avanço projetado para 2017 passou de 1,36% para 1,47%. Há um mês, estava em 1,20%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,50%, ante 2,06% de quatro semanas antes.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 passou de 51,45% para 51,40% no Focus. Há um mês, estava em 51,70%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus seguiram em 55,00%, igual ao verificado um mês atrás.

Com informações O Estado de São Paulo