Dados da Rede Monitoramento Covid Esgotos mostram que, só na primeira semana de 2022, a rede de esgoto de Fortaleza atingiu a maior carga viral do SARS-CoV-2 (vírus causador da Covid-19). Foram detectadas 891 bilhões de cópias genômicas de coronavírus por 10 mil habitantes em 24 horas. Na última semana epidemiológica (SE) estudada ede 2021(entre 26 de dezembro e 1º de janeiro), havia 95 bilhões de cópias por dia a cada 10 mil habitantes. O que represente um aumento de 9 vezes o quantitativo do ano passado.
Os níveis de coronavírus correspondem à soma de três Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) da Capital, que atendem cerca de 65% da população.
Pela primeira vez, o estudo também identificou o vírus da Covid-19 no canal pluvial da avenida Eduardo Girão na primeira SE deste ano. Os dados gerados mediante coleta nos esgotos servem para auxiliar a vigilância epidemiológica da Covid-19 e a tomada de decisões por parte das autoridades de saúde.
O levantamento é realizado pelo Centro de Inteligência em Saúde do Estado (Cisec), vinculado à Superintendência da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), em parceria com a Rede Monitoramento Covid Esgotos.
Apesar do material genético (RNA) ter sido detectado em elevados volumes, o boletim esclarece que não evidências científicas quanto à transmissão do vírus através de resíduos fecais, esgoto ou água contaminada.
Prova disso é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) não consideram a rede de esgoto como fonte de infecção.