A Prefeitura de Fortaleza ganhou o noticiário estadual e nacional após a Operação Dispneia, realizada pela Polícia Federal, ser deflagrada na capital investigando a compra de respiradores por parte da Secretaria da Saúde município, bem como pelo Instituo Doutor José Frota (IJF). Os policias federais foram designados para busca e apreensão de documentos que aponta para um possível superfaturamento na aquisição dos equipamentos de uso na área da saúde. O assunto foi pauta no Bate-Papo político desta terça-feira (26).
Tanto Ministério Publico do Estado como Controladora Geral da União acompanharam as investigações que afiram existir indícios de que a prefeitura pagou valores quatro vezes mais caros para compra dos respiradores do que em outras capitais. Em contrapartida a Secretaria da Saúde de Fortaleza e o IFJ expressaram surpresa e indignação diante da operação, afirmando que não há qualquer possibilidade de ser encontrado uma irregularidade nas ações da gestão do município.
Conforme a pasta da saúde, havia uma comitê que estava atualizando constante as informações junto aos órgãos de controle externo e este, por sua vez, já tinha conhecimento da compra que a prefeitura realizou junto a uma empresa, mas que foi desfeita devido a demora da mesma em entregar os equipamentos. Isto resultou na rescisão do contrato e agora a gestão apenas aguarda a devolução total do dinheiro pago.
“Muita turbulência política”, diz o jornalista Beto Almeida que na sequência destaca que a prefeitura de Fortaleza expressou profunda estranheza com a operação e ainda argumentou que o dinheiro utilizado na compra dos respiradores é de origem da própria arrecadação do município, mas os órgãos federais contra argumentaram dizendo que o fundo da saúde da cidade recebe recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), logo, do governo federal.
Em seguida Beto pontua que o cenário é lamentável visto que a gestão vem fazendo um bom trabalho de combate a pandemia: “É lamentável o episódio, pra todo um esforço dos profissionais envolvidos, mas é essencial que o município de Fortaleza saia desse episódio de forma absolutamente esclarecedora. Colocando em pratos limpos, deixando por A mais B a compreensão de que não houve dolo, não houve má fé e de que o dinheiro foi recuperado e voltou pra sua origem”
Para além disso, o jornalista Luzenor afirma que o acontecimento acende uma luz amarela na gestão do prefeito Roberto Cláudio, pois a partir desse momento os atos e as ações do gestor estarão na mira política e policial. Beto Almeida concorda que o grande prejuízo está na questão política que uma denúncia como essa traz sobre as eleições municipais da cidade, sobre a sucessão em Fortaleza e também afeta o capital político do prefeito pedetista.
Beto ressalta que o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner, foi um dos que movimentou as redes sociais com críticas a gestão, louvando a operação da Policia Federal e assumindo que havia entrado com a denúncia junto ao Ministério Publico Estadual.
“Claramente o Capitão Wagner tem interesse, é lógico, de que isso atinja e que a imagem do prefeito Roberto Cláudio respingue na indicação do futuro indicado para a prefeitura de Fortaleza. O problema maior que o prefeito tem além de ter que provar que tudo está ok, regular, é exatamente esse estrago político”, finaliza Beto.