STF - Supremo Tribunal Federal (Valter Campanato/Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu, nesta quarta-feira (23), pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar a possível liberação de verbas, por parte do o ministro da Educação Milton Ribeiro, para prefeituras indicadas por dois pastores com trânsito no ministério.

O pedido deve ser enviado ainda nesta quarta ao Supremo. Dentre as diligências previstas, Aras quer tomar o depoimento de prefeitos sobre suposto pedido de propina feito por um dos pastores, Arilton Moura, em troca de interceder na liberação de recursos pelo MEC. O procurador-geral também deve tentar obter cópia de gravações envolvendo o caso.Diversas representações foram enviadas por parlamentares à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao STF apontando possíveis crimes do ministro.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse em uma gravação que prioriza a liberação de verbas prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores, segundo reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”. No áudio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro. Sem cargos públicos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuam como assessores informais do Ministério da Educação, intermediando reuniões com gestores municipais.

O ministro Milton Ribeiro se disponibilizou a prestar esclarecimentos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), sobre as suspeitas de tráfico de influência na pasta.