A indústria brasileira foi pressionada em agosto pelos bens intermediários e registrou contração inesperada no mês em meio a um ambiente de atividade econômica fraca e incertezas às vésperas da eleição presidencial.

A produção industrial caiu 0,3% em agosto na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o segundo negativo após queda de 0,1% em julho, o que não acontecia desde o final de 2015. O dado também contrariou a projeção em pesquisa da Agência Reuters com economistas de alta de 0,2%.

“Na série histórica da indústria é possível observar que, sempre que tem um movimento de queda, de alguma forma, ele é compensado, no mês seguinte, com crescimento. Desde setembro a dezembro de 2015, não se via dois meses em sequência de resultados negativos”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, o setor apresentou avanço de 2% na produção, terceira leitura positiva, mas mais fraca que a expectativa de crescimento de 3,2%.

A leitura mensal foi pressionada principalmente pela queda de 2,1% na produção de Bens Intermediários, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento na produção. Também apresentou perdas a categoria de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis, de 0,6% sobre julho.

Por outro lado, a produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, avançou 5,3%, enquanto os Bens de Consumo Duráveis tiveram aumento de 1,2% na produção.

Entre os ramos, 14 dos 26 pesquisados apresentaram perdas, com destaque para a queda de 5,7% de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, após registrar avanços desde março.

O ambiente no país é de fortes incertezas com o ritmo fraco da atividade e com as eleições presidenciais, o que vem prejudicando tanto o consumo quanto o ímpeto de investimento dos empresários.

A última pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com economistas mostra que a expectativa para o crescimento da indústria neste ano é de 2,78%, com a projeção para o PIB em 1,35%.

Com informações da Agência Reuters