Há cerca de um ano, Maria (nome fictício) descobriu que foi infectada com HIV pelo então namorado. O medo e o preconceito quase a fizeram desistir de procurar ajuda. Esta realidade mudou quando a jovem conversou com um especialista do Hospital São José (HSJ), do Governo do Ceará.
A partir disso, ela entendeu que é possível controlar a infecção e viver com qualidade.
“Eu tive depressão. Pensei que nunca ia ter filhos, que ninguém nunca ia querer se aproximar de mim. Foi difícil [aceitar], mas hoje sou outra pessoa”, conta.
Maria faz parte do grupo de 10.456 pessoas que integram o Programa de HIV da unidade. Para ela, os serviços do hospital trazem esperança. “Eu já estou tomando os medicamentos e, quando minha carga viral ficar indetectável, quero ser mãe”, contou.
Os pacientes são cadastrados no Sistema de Logística de Medicamento (Siclom), do Ministério da Saúde (MS). Os remédios para controle da infecção são repassados para quem é acompanhado nas redes pública e privada.
“É um direito do paciente. Muitas pessoas estão com a carga viral indetectável pelo uso dos medicamentos”, ressaltou a farmacêutica Denise Girão Limaverde Lima.
O Programa de HIV atua a partir do diagnóstico da doença. O exame, vale ressaltar, deve ser feito na atenção primária. Mulheres grávidas precisam fazer durante o pré-natal. Quando há confirmação de HIV, os postos de saúde encaminham o paciente para a primeira consulta no HSJ.
A unidade conta com médicos infectologistas experientes no tratamento de pacientes com o vírus, além de ter laboratório próprio que realiza exames específicos para o acompanhamento do quadro viral.
“Temos uma equipe multidisciplinar capacitada, com serviço de psicologia, odontologia, serviço social e enfermagem. Na necessidade de apoio de outros especialistas, temos psiquiatra experiente na abordagem de pessoas com HIV, dermatologista e ginecologista. Temos um apoio amplo”, explicou o médico infectologista Érico Arruda, que trata de pacientes com HIV no HSJ há 28 anos.
Farmácia
A farmácia do HSJ também oferece medicamentos para o controle das chamadas doenças oportunistas, como herpes, toxoplasmose e tuberculose, causadas pela alta carga viral de HIV e a baixa imunidade.
“Estes remédios são fornecidos por meio de uma parceria do Ministério da Saúde, do município e do Governo do Estado”, explicou a farmacêutica.
(*)com informação do Governo do Estado do Ceará