Simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, derrotado no 2º turno da eleição, ainda não se conformaram com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva e, com ações violentas e vandalismo, protestaram, na noite dessa segunda-feira, em Brasília. A segunda-feira, celebrada com a diplomação de Lula e Geraldo Alckmin, teve, também, atos antidemocráticos que levaram o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinar a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante.
A prisão foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que entendeu que a detenção do indígena é uma forma de garantir a ordem pública. Acácio é acusado de ameaças ao presidente diplomado Lula. A prisão do ativista mobilizou manifestantes na tentativa de invasão da sede da Polícia Federal na área central de Brasília. Os protestos ficaram mais radicais e os militantes de extrema direita atearam fogo em ônibus e carros que estavam na região. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o fogo. Um veículo foi incendiado perto de um posto de combustíveis.
MANIFESTAÇÃO CRIMINOSA
De acordo com a PGR, o cacique se utiliza da posição de líder indígena do Povo Xavante para levar os seguidores a ameaçar o presidente eleito Lula, além dos ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, argumenta a PGR no documento de petição.
O ministro Alexandre de Moraes, no despacho que determinou a prisão de Serere Xavante, foi contundente ao dizer que “a restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E CRIME
Anunciado como futuro ministro da Justiça do Governo Lula, o ex-governador e senador eleito pelo Maranhão, Flávio Dino afirmou que medidas duras devem ser adotadas contra os responsáveis pelo vandalismo. ‘’As medidas de responsabilização já adotadas, as que foram adotadas hoje e que serão adotadas irão prosseguir. Não há hipótese de haver passos atrás na garantia da ordem pública em razão da violência. Estado brasileiro tem o dever de agir’’, alertou Flávio Dino.
Segundo, ainda, o futuro ministro da Justiça, os manifestantes confundem a liberdade de expressão com o cometimento de crime. ‘’Esta confusão, de uma vez por todas, tem que cessar. Infelizmente, o cumprimento dessa ordem judicial resultou em mais atos de violência’’, afirmou Dino.