A cúpula do PSB nacional se mostrou irritada com a exclusão da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) da chapa majoritária do governador da Bahia Rui Costa (PT). Vale lembrar, que o PT negocia com o PSB visando uma aliança visando a disputa pelo Palácio do Planalto. Segundo a própria Lídice, em reunião com ela em Brasília, dirigentes da legenda que compõem a Executiva Nacional demonstraram insatisfação com a situação local.
A Bahia, assim como Amapá e Pernambuco, é tratada como prioridade para o PSB nas conversas com a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann. “É claro que a executiva nacional está acompanhando e não está satisfeita com posicionamentos que caminham na direção de não nos fortalecer. O PT nacionalmente tomou uma decisão de priorizar uma aliança com PSB e PCdoB, mas isso tem que ser além do papel, o PT tem que expressar isso na ação, nas posições concretas que tomar em cada estado. E o PSB só vai deliberar tendo isso como função. Caiu mal internamente no meu partido. Fui a grande defensora do PT, do governo do PT e da presidente Dilma”, afirmou a senadora baiana, ao chegar a um ato político em defesa da sua reeleição, na terça-feira, 19, em um hotel de Salvador.
O ato, convocado por aliados de Lídice, teve o objetivo de empurrar o desgaste da decisão “no colo” do PT, afirmam interlocutores do PSB. Contudo, a proposta de que a senadora concorra a deputada estadual, será aceita, afirmam. A legenda dela também foi convidada pelo governador Rui Costa para ocupar a suplência do pré-candidato ao Senado Jaques Wagner. O governo ainda prometeu fazer um esforço junto a prefeitos aliados para garantir a eleição de Lídice e de mais dois pré-candidatos a deputado federal do PSB.
Lídice, aliada histórica do PT na Bahia, foi alijada da composição estadual encabeçada por Rui Costa para abrir lugar para PP e PSD. As duas legendas terão, respectivamente, as vagas de vice-governador e senador na aliança que tentará a reeleição do governador petista. O atual vice João Leão (PP) e o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), serão os nomes da chapa. A outra vaga de senador será ocupada pelo ex-governador e ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT).
O anúncio da chapa, entretanto, ainda não foi feito oficialmente. Marcado para terça-feira, mesma data do ato político em defesa de Lídice, o evento foi adiado depois que legendas pequenas e médias da base aliada governista pediram para discutir com o governador as vagas de suplente. A nova data do anúncio ainda não foi divulgada, mas interlocutores governistas falam que pode acontecer sexta-feira ou somente depois dos festejos juninos de 23 e 24 de junho.
Com informações do Jornal O Estado de São Paulo