O PSB não quer ficar “solteiro” nas eleições nacionais deste ano e está mais próximo de fechar uma aliança com o PDT do pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes. Até a ala do partido mais próximo do PT agora defende o apoio ao candidato pedetista no pleito deste ano, segundo a coluna da jornalista do Jornal O Estado de São Paulo, Vera Magalhães.
A costura feita por Ciro foi eficaz para incutir uma dose de autoestima no PSB, que ficara perdido diante do recuo de Joaquim Barbosa, aquele que foi sem nunca ter sido o presidenciável do partido. Ciro convenceu parte da cúpula socialista de que o partido terá espaço de destaque caso ele se eleja. Assim “empoderados”, caciques pessebistas já dizem que sua sigla dará estatura política a Ciro, por ter mais governos de Estado que o PDT, por exemplo.
O PT, que começou falando grosso e exigindo um cheque em branco de aliança com o candidato que vai substituir Lula na cédula para retirar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco, já admite fazer um desconto caso o PSB apenas fique neutro na eleição nacional. São essas hoje as únicas opções à mesa, e a decisão não deverá ficar só para a undécima hora. O PSB deve reunir a Executiva para bater o martelo ainda neste mês.
Os pessebistas sabem que, no momento em que Ciro, Geraldo Alckmin e o PT travam uma corrida de bastidores para consolidar alianças e reduzir a pulverização, os primeiros apoios contam mais e garantem aos aderentes boas condições de negociação. Inclusive a vaga de vice, pela qual os socialistas não escondem o interesse e que pode mesmo ir para Márcio Lacerda. As declarações tanto de Ciro quanto de seu irmão, Cid, sobre a prioridade dada ao antigo partido de ambos faz parte desse “namoro” que pode mesmo acabar em casamento.
Até a Copa?
- Desistências podem vir antes do Mundial
O fôlego de algumas candidaturas de si mesmas parece estar se esvaindo. Guilherme Afif, que insiste em dizer que é pré-candidato embora seu partido, o PSD, não o reconheça como tal, deve ser chamado à realidade. O PRB de Flávio Rocha faz conversas abertas com o PSDB e o Podemos. Rodrigo Maia já não esconde que cansou de interpretar o pré-candidato e que quer ir cuidar de sua reeleição ao mandato e à presidência da Câmara. O MDB já não esconde o desejo de desistir de Henrique Meirelles. E o PCdoB só espera o nome do PT para decidir se vai com ele ou com Ciro Gomes. Os desfechos podem vir antes mesmo da Copa.
Isolando Temer
- Potenciais apoiadores de Alckmin não querem MDB
Um dos empecilhos para que Geraldo Alckmin obtenha logo os apoios de que precisa é a súbita tentativa de aproximação do time de Michel Temer. Diante da constatação de que um candidato “puro-sangue” do governo tem pouquíssimas chances, soldados como Carlos Marun e Moreira Franco já tentam descolar uma cabine no navio de Alckmin. Isso pode afugentar outros passageiros em potencial, como DEM, PP e PRB, que veem no contágio com Temer uma peste capaz de inviabilizar de vez um presidenciável pelo qual já não têm muito entusiasmo.
Vem, petista
- Tucanos sonham com definição nome do PT
Já no PSDB a torcida é para que o PT defina logo o nome do substituto de Lula. A análise dos tucanos é que esse candidato, quando oficialmente indicado, vai desidratar os índices de Ciro Gomes e Marina Silva nas pesquisas, igualando as condições entre eles e Geraldo Alckmin e aliviando um pouco a pressão para que o tucano cresça.
Com informações do Jornal O Estado de São Paulo