Convidado para participar de audiência pública na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (17), às 14h, sobre privatização da Lubnor, o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, pode encontrar um ambiente hostil ainda marcado pela fracassada campanha de instalação de uma refinaria no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
O PSDB divulgou nota assinada pelos dirigentes das executivas estadual e municipal, Luiz Pontes e Carlos Matos, em que condenam o protagonismo dado a Gabrielli, considerado persona non grata por atuar contra interesses estratégicos do Estado.
Os dirigentes tucanos lamentam que o “algoz de projetos importantes para o Ceará” ainda seja referência para se discutir o futuro de empreendimentos como a Lubnor. A nota também critica o deputado petista Moisés Braz pela “infeliz ideia em dar protagonismo a Gabrielli” e adverte:
“Seu histórico não nos favorece, seu posicionamento atual não tem qualquer relevância para o debate que se trava e nosso entendimento é que Sérgio Gabrielli deveria receber o título de persona non grata dos cearenses”.
Proposta, aliás, que o PSDB promete encampar através de sua bancada parlamentar na Assembleia Legislativa do Ceará.
Confira a nota na íntegra:
O Ceará ainda não se refez do calote aplicado pela Petrobras com a desistência de instalação da Refinaria do Pecém, causando prejuízo da ordem de R$ 800 milhões ao nosso Estado, e eis que um dos principais responsáveis por nossa derrocada volta à cena nesta segunda-feira (17), como convidado de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará para debater a privatização da Lubnor, a Refinaria de Lubrificantes e Derivados do Nordeste. O personagem em questão, José Sérgio Gabrielli, comandou a Petrobras no auge de um dos maiores escândalos de corrupção do País, com desvio e lavagem de dinheiro envolvendo diretores da estatal, dois ex-presidentes da República (Lula e Dilma Rousseff), grandes empreiteiras e políticos, dando origem, inclusive, à Lava Jato.
Até o seu desfecho, a Refinaria do Pecém registrou vários memorandos de intenções – por duas vezes teve lançada sua pedra fundamental – tudo projetado para funcionar como moeda de troca política e, ao fim, a Petrobras não se dignou a explicitar as razões e justificativas pela desistência do projeto. Além de revelar uma irresponsabilidade sem limites, a atitude da empresa e de seus dirigentes demonstrou completo desrespeito à população do Ceará.
Este episódio, infelizmente, não foi o único em que Sérgio Gabrielli atuou contra os interesses dos cearenses. A Siderúrgica do Pecém, depois de vários meses de discussões, de assinaturas de convênios e contratos foi simplesmente descartada porque o então presidente da Petrobras alegou que o Ceará não dispunha das condições necessárias à viabilização econômica do projeto. A siderúrgica deveria ter o gás natural como base energética, mas a estatal rompeu o contrato que havia assinado para fornecimento do insumo. Foi preciso mudar a matriz energética para carvão mineral e contornar os problemas criados por Gabrielli.
Diante de fatos incontestáveis, é de se lamentar que o algoz de projetos tão estratégicos para nós ainda seja referência para se discutir o futuro de empreendimentos como a Lubnor. Portanto, consideramos uma infeliz ideia do deputado petista Moisés Braz em dar protagonismo ao senhor Sérgio Gabrielli para um debate em torno da manutenção da Lubnor. Seu histórico não nos favorece, seu posicionamento atual não tem qualquer relevância para o debate que se trava e nosso entendimento é que Sérgio Gabrielli deveria receber o título de persona non grata dos cearenses. Proposta, aliás, que será incorporada e levada a efeito por nossa bancada parlamentar na Assembleia Legislativa do Ceará.
Luiz Pontes,
Presidente PSDB Ceará;
Carlos Matos,
Presidente do PSDB Fortaleza.