Os dirigentes nacionais do PSDB estão com as atenções voltadas para as prévias do próximo dia 21 que escolherão o candidato da sigla à Presidência da República, mas um novo desafio já está na agenda dos tucanos: a reunificação do partido após o embate entre os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Os dois polarizam a disputa nas prévias e quem vencer enfrentará, de um lado ou do outro, uma debanda nos quadros do partido. O cenário de defecções no PSDB é nacional, com reflexo em todos os estados.
Uma das ameaças nasce no maior berço do partido, que é o Estado de São Paulo, onde 14 dos 19 deputados estaduais ameaçam deixar a agremiação caso o governador João Doria seja escolhido candidato ao Palácio do Planalto. O mesmo quadro, com menor dimensão, acontece no Ceará.
Os aliados do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, trabalham pela candidatura de Doria e, caso o governador do Rio Grande do Sul saia vitorioso nas prévias, a debandada no ninho tucano no Ceará será inevitável.
A lista de descontentes tem, além de Roberto, que quer eleger a filha Fernanda à Câmara, o deputado federal Danilo Forte, candidato à reeleição, e o deputado estadual Nelinho Freitas. Nelinho trabalha para ser deputado federal e sabe que, nas condições atuais, o PSDB não é atrativo para quem deseja conquistar um mandato na Câmara.
Nelinho, ao lado de Fernanda Pessoa e Danilo Forte, forma o bloco de apoio à candidatura de João Doria. Os três ignoraram o convite do senador Tasso Jereissati para que fosse fortalecida a articulação em apoio a Eduardo Leite. Tasso se afastou do mandato no Senado para se dedicar à campanha do Governador do Rio Grande do Sul.