O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) terminou as eleições de 2018 menor do que saiu do pleito de 2014. Além de ter encolhido no Legislativo federal ao eleger menos parlamentares que em 2014, a legenda corre o risco de ver sua influência diminuir também no âmbito do Executivo. Em nota, no entanto, o partido afirma ter demonstrado “mais uma vez sua força” em meio a um “cenário turbulento”.
Dos 12 candidatos tucanos que disputavam governos estaduais nas cinco regiões, seis conseguiram votos suficientes para seguir para o segundo turno. Em 2014, além de conquistar dois estados (São Paulo e Paraná) já no primeiro turno, seis filiados ao PSDB disputaram o segundo turno.
Ao fim da eleição de 2014, o PSDB assumiu o comando de cinco estados: Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e São Paulo. Em 2015, o governador eleito do Mato Grosso, Pedro Taques, deixou o PDT para se filiar ao PSDB, elevando para seis o total de estados governados pela legenda. Hoje, com o afastamento do cargo dos ex-governadores Geraldo Alckmin (SP), para disputar a Presidência da República, e Beto Richa (PR), para concorrer ao Senado, o PSDB vai administrar quatro estados.
Ou seja, o partido ainda pode repetir ou até mesmo melhorar o desempenho na disputa para os governos estaduais, mas, para isso, terá que vencer o segundo turno nos seis estados em que segue na disputa: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo.
Para isso, terá que reverter os resultados em Minas Gerais e Roraima, onde seus candidatos terminaram o primeiro turno em segundo lugar. Em Minas, o senador mineiro Antonio Anastasia obteve 29% dos votos válidos, contra os quase 43% conquistados por Romeu Zema (Novo). Em Roraima, a diferença é menor. O tucano Anchieta Júnior recebeu quase 39% dos votos, enquanto Antonio Denarium (PSL) alcançou 42%.
O partido também integra a chapa que apoiou o candidato ao governo do Acre, Gladson Cameli (PP), que obteve 53% dos votos e foi eleito em primeiro turno.
Presidência
Na disputa presidencial, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin obteve pouco mais de 5,09 milhões de votos, ou 4,8% do total. Com este resultado, o tucano encerrou sua participação na disputa na quarta posição, com menos da metade dos votos do terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), que conquistou 13,34 milhões de eleitores.
Em 2014, no primeiro turno, o candidato do PSDB, Aécio Neves teve 34,89 milhões de votos, passando para o segundo turno com 33,55% dos votos válidos. No mesmo ano, Alckmin foi eleito governador já em primeiro turno com mais de 12,230 milhões de votos dos eleitores paulistas.
Ontem, logo após a divulgação dos resultados preliminares, o cientista político Joviniano Neto, professor da Universidade Federal da Bahia, disse à Agência Brasil que o desempenho de Alckmin fragiliza o PSDB e deve repercutir no comando do partido, a depender do 2º turno na disputa pelo governo de São Paulo.
Já o psicólogo especialista em pesquisas de grupo focal, Rui Melo, afirmou que o tucano não conseguiu transmitir suas propostas, com clareza, para o eleitorado. “Ele fez uma pesquisa muito focada no marketing político, num momento em que a campanha foi movida pela cobertura jornalística”, comentou o especialista.
Congresso Nacional
O PSDB elegeu 29 deputados federais e oito senadores. Com isso, será a sexta bancada na Câmara e a segunda no Senado, ocupando, respectivamente, 6% e 10% dos assentos totais (513 e 81). Em 2014, o partido elegeu 54 deputados federais, formando a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados. Elegeu também dez senadores – uma a menos que em 2010, mas dois a mais que esta eleição.
Hoje, a legenda comemorou o fato de ter ampliando sua participação feminina no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas estaduais em 21%, elegendo oito deputadas federais e 15 deputadas estaduais, além da senadora Mara Gabrilli, em São Paulo.