Os conflitos entre parlamentares da base aliada ao Palácio do Planalto, as denúncias sobre a candidata laranja do PSL que tiveram desdobramentos com desgastes entre integrantes da cúpula da sigla e a disputa por cargos acendem uma luz amarela entre os articuladores políticos do Governo do presidente Jair Bolsonaro.
Os conflitos, que ganham contorno de crise, pressionam as lideranças do PSL a se mobilizarem para neutralizar prejuízos a votação de projetos de interesse do Governo, como, por exemplo, a reforma previdenciária. A bancada do PSL ainda não consegue atuar de forma sintonizada. O PSL tem 54 deputados federais – o único do Ceará é Heitor Freire.
Uma reportagem do Jornal Correio Braziliense, edição desta quinta-feira, revela que, enquanto a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmava que não pode haver um “puxadinho” da família do presidente com o Palácio do Planalto, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), defendia a divulgação das divergências pelas redes sociais.
Aqui todo mundo fala as coisas na lata, argumentou Waldir, tentando mostrar que o PSL vai imprimir um “novo estilo” na política. Não fazemos acordos às escondidas, como era antes.
Para Joice, porém, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, abalou o governo do próprio pai ao fazer acusações contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.
“É uma coisa de louco. É inimaginável uma coisa dessas. Tem que ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra. O Palácio do Planalto não pode invadir a casa do presidente. Não pode ter puxadinho”, destaca a deputada, ao avaliar que os rumores sobre irregularidades em candidaturas do PSL poderiam provocar a queda do Secretário-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno – ex-presidente do partido – não apenas expõem o ministro como todo o governo. “Quem pode fazer crítica pública é o próprio presidente da República”, insistiu Joice.