Os dirigentes estaduais do PT atribuem ao PDT o fim da aliança que governa o Ceará desde o ano de 2007 após a suspensão do diálogo para definição da candidatura ao Governo do Estado. O presidente da Executiva Regional, Antonio Alves Filho, o Conin, disse, na noite desta terça-feira, que o PDT, ao escolher o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, como candidato, fez uma opção de decidir de forma unilateral e encerrar a aliança.
Conin fez referência ao texto da resolução aprovada, na noite desta terça-feira, pelo Diretório Estadual do PT que expõe, em vários pontos, a decisão do PDT de não avançar no diálogo com os partidos aliados. ‘’O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida’’, afirma o documento, que registra, ainda, que todas as manifestações públicas de preferência de partidos aliados pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela foram ignoradas.
Abaixo, o presidente da Executiva Regional, Antonio Alves Filho Conin
A resolução destaca que ‘’a prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado’’. Os dirigentes do PT, por meio do documento, manifestam solidariedade a Governadora Izolda Cela.
“A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará’’, diz a resolução, que, em outro ponto, considera que ‘’a exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e, sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes’’.
Para os dirigentes do PT, com a decisão do PDT, prevaleceram ‘’a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só’’. O veto, destaca o documento, ‘’materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida’’.
A nota finaliza observando que, nesse contexto, ‘’o PT, se solidariza com a Governadora Izolda, reitera o seu compromisso com os cearenses e com a democracia e com as pré-candidaturas do ex- Governador Camilo Santana para o Senado, de LULA para presidente e que continuará o diálogo com os demais partidos aliados’’.
(*) Com informações do repórter Tobias Saldanha, da equipe do cearaagora, que acompanha a noite de reuniões entre lideranças estaduais do PT e as articulações do ex-governador Camilo Santana com o PP, MDB, PC do B e PV
Abaixo ÍNTEGRA DA RESOLUÇÃO DO PT
DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO CEARÁ
RESOLUÇÃO POLÍTICA
DIÁLOGO E UNIÃO EM DEFESA DO CEARÁ E DO BRASIL
O compromisso do Partido dos Trabalhadores – PT com o Ceará e os cearenses, e com o Brasil, sempre norteou a nossa ação política e nossas decisões. Com base nessa premissa o PT envidou todos os seus esforços para que o projeto político-administrativo em curso no Ceará, comandado nos últimos sete anos e meio pelo ex-governador Camilo Santana e agora pela governadora Izolda Cela tivesse sua reafirmação política junto ao povo cearense com a defesa de suas conquistas e reconhecimento dos desafios para seu avanço e aprimoramento, sempre na perspectiva de melhorar cada vez mais a vida do nosso povo.
Arraigado nesse sentimento de responsabilidade com o nosso povo, o PT defendeu e continua defendendo uma ampla aliança para as eleições de 2022 no estado, a partir de uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo com os partidos aliados no processo de definição da candidatura.
Infelizmente não foi o que se verificou. O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados, lideranças, inclusive do ex-governador Camilo Santana pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela, que, no cargo, manifestou publicamente seu interesse e sua legítima pretensão de postular sua reeleição.
A prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado. A Izolda Cela nossa solidariedade e nosso reconhecimento do seu valor, da sua dignidade e de sua extraordinária contribuição ao Ceará em todas as funções públicas que brilhantemente desempenhou e desempenha. A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará.
A exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes. Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só. Esse veto materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida.
Nesse contexto, o PT, se solidariza com a Governadora Izolda, reitera o seu compromisso com os cearenses e com a democracia e com as pré candidaturas do ex Governador Camilo Santana para o Senado, de LULA para presidente e que continuará o diálogo com os demais partidos aliados.Fortaleza, 19 de julho de 2022.