O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), deflagrou na manhã desta terça-feira (07), com o apoio de equipes da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), uma operação que culminou com o cumprimento de buscas, apreensões e afastamentos das funções de quatro Policiais Civis flagrados por cometerem sequestro de traficantes e existir pagamento de valores para liberação.
A investigação foi um desdobramento da Operação Vera Pax, que apurou a atuação de uma organização criminosa no bairro Vicente Pinzón. A organização foi desmantelada em 2016, seus integrantes presos e contra estes já existe condenação criminal. Os investigadores do GAECO se depararam, no curso da investigação original, com a prática, por parte dos policiais, de extorsão mediante sequestro contra traficantes da região.
Segundo a apuração do GAECO, os policiais abordaram à paisana e em carros descaracterizados traficantes em avenida movimentada da Capital, sequestrando um deles sem mandado. O traficante ficou na posse dos policiais por várias horas, tendo sido inclusive levado a delegacia algemado sem ordem judicial ou flagrante de crime e somente liberado após o pagamento de resgate aos agentes. Pelo que se apurou, nada era do conhecimento dos Delegados de Polícia lotados na repartição policial.
Tiveram as residências vasculhadas pelos agentes da CGD os policiais civis José Rodrigues Alves Neto, conhecido como “Miagui”, Marcelo Vieira Lima de Aguiar, Antônio Flaviano de Araújo e Paulo Sérgio Vieira Noronha. Todos foram também afastados de suas funções por ordem do juiz da 3ª Vara Criminal de Fortaleza. As armas e distintivos foram recolhidos. Com o primeiro investigado, foi apreendida quantia superior a 10 mil reais em espécie e vários relógios de marcas importadas.
Os promotores do GAECO afirmaram que já foi apresentada denúncia criminal contra os servidores públicos, tendo sido a acusação recebida pelo juiz, o que os transforma em réus. A expectativa dos promotores de Justiça é que eles sejam condenados a uma pena de 8 a 15 anos de prisão. Será também aberto procedimento administrativo no âmbito da CGD, com penas que podem chegar à demissão.
Com informações do MPCE