Um levantamento do Ibope, divulgado pelo jornal O Globo, mostrou que 90% da população brasileira apoia uma legislação mais rígida contra a disseminação das fake news. Os números surgem justamente no momento em que tramita no senado um projeto de lei contra a produção de notícias falsas, bem como estabelece normas e regras sobre o uso das redes sociais. O assunto entrou na pauta do Bate-Papo político desta quarta-feira (03).

“Construir pela primeira vez uma legislação que coloque um freio nos abusos de quem usa as notícias falsas para atacar”, afirma o jornalista Luzenor de Oliveira sobre o desejo dos brasileiros, evidenciado pela pesquisa, com relação as notícias falsas. Os prejuízos e consequências causas pelas fake news, com perfis falsos, páginas propagando conteúdo nocivo a democracia surgem como fatores que influenciam esse desejo da população brasileira.

Beto Almeida segue nesse posicionamento afirmando que os números obtidos com o levantamento comprova “o cansaço do brasileiro em conviver com esses perfis falsos, em conviver com anonimato na internet e principalmente com uma máquina que tritura reputações sem que haja qualquer controle e qualquer fiscalização”. Ele ainda pontua o fato do adiamento da discussão sobre a matéria no senado que cria a lei das fake news ter acontecido em decorrência da dificuldade de encontrar um ponto de equilíbrio que atenda a todos os interessados.

Segundo Beto, o Facebook encaminhou um documento para análise dos senadores questionando todos os pontos da lei que tem como autor o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Isso ocorre porque a empresa bilionária mantém muitos recursos ganhos pelos robôs, anúncios pagos, anonimato e por isso não possuem qualquer interesse em restringir o acesso a internet, estabelecendo um controle que traga prejuízos para o lucro da empresa, “eles não querem isso”, diz Beto.

No projeto, os pontos mais polêmicos dizem respeito à intervenção das plataformas sobre conteúdos que promovam desinformação. De acordo com alguns dispositivos da proposta original, as empresas seriam encorajadas a usar os serviços de verificadores independentes de conteúdo e a agir para interromper a promoção artificial do material quando fosse identificada informação enganosa.

“Eu acho absurdo”, declarou o jornalista Beto Almeida ainda ao falar sobre um dos pontos do projeto que limita a atividade das agências de checagem das notícias somente quando foram provocadas pelos internautas, sendo que atualmente elas possuem liberdade para checar e a partir disso apontar a falsidade da matéria, bem como encaminhar para os provedores a fim de que eles retirem as notícias do ar.Beto finaliza mostrando apoio ao projeto que caminha no senado

“Tem muita gente que ganha dinheiro de forma inescrupulosa, não quer clareza, não quer princípios, não quer controle da internet. Quem usa a rede para fazer maldade, para fazer desonestidade, não quer esse controle”, finaliza Beto Almeida.