A rachadura descoberta na parede do açude Castanhão foi assunto em muitas rodas de conversa de moradores do Vale Jaguaribano. Media mais de 25 metros de altura e aparecia pelo lado de dentro da barragem. Assustava. Mesmo com o reservatório sem tanta água, após anos seguidos de seca, as populações imaginavam possíveis inundações se o problema se agravasse. Risco que, para os engenheiros do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, nunca foi cogitado.
A atualização do açude ainda inclui serviços nos taludes, comportas, tubulações, válvulas aspersoras, superfícies da barragem, estruturas hidráulicas e eletromecânicas, lubrificações, novos sistemas de automação para monitoramento. As estradas de acesso no entorno estão sendo asfaltadas.
Segundo o diretor-geral do Dnocs, Ângelo Guerra o reparo na trinca foi logo o primeiro serviço executado. Possível justamente por causa do baixo volume de água atual, pouco mais de 5% da capacidade. Tecnicamente, ele explica que a rachadura não surgiu por erro de projeto, mas de reacomodação do concreto que teria sido causado, entre alguns fatores, por temperatura ou descontinuidade na fundação.
Outros 22 açudes Até agosto, segundo o engenheiro José Augusto Tostes, assessor da Diretoria de Infraestrutura Hídrica do Dnocs, o trabalho será concluído e o Castanhão passa a ser considerado 100% apto para o projeto da transposição. Outras 22 barragens já existentes também serão recuperadas nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, no percurso da transposição. A verba federal, orçada pelo Ministério da Integração Nacional, chega a R$ 318,7 milhões.