O volume de frutas, legumes e verduras (FLV) rastreados ano passado aumentou 23,6% na comparação com 2015, segundo dados do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), da Associação Brasileira de Supermercados, divulgado hoje (22) durante o evento RAMA 2020 – Tendências e Inovações na Cadeia Produtiva de Alimentos, na capital paulista.
De acordo com o balanço, em 2016 foram rastreados 1,2 milhão de toneladas de FLV ante 1 milhão em 2015. Os dados mostram também que no ano passado o programa de monitoramento registrou um índice de conformidade de 73%, o que indica melhora em relação a 2015, quando essa taxa foi de 66%. As inconformidades estão relacionadas ao Limite Máximo de Resíduos (LMR), ingredientes Não Autorizados (NA), à combinação dos dois e aos ingredientes proibidos. De acordo com o balanço, 3% dos resultados de 2016 estão acima do LMR.
O monitoramento tem abrangência nacional e conta com a participação de 44 varejos, o que representa 20,5% das vendas totais de frutas, legumes e verduras no Brasil. São monitorados constantemente 81 produtos. Os 81 produtos monitorados levam em seus rótulos um código que permite que o consumidor veja toda a cadeia de produção até supermercado. Com o Rama, os supermercados têm acesso a um conjunto de informações que permite a seleção consciente de fornecedores.
Segundo o coordenador do programa de monitoramento, Marcio Milan, o objetivo é levar alimentos seguros ao consumidor, com benefícios para uma alimentação mais saudável. “O processo começa no produtor que usa padrões de codificação para conseguir monitorar todos os processos até chegar ao supermercado”. Segundo Milan, o próprio varejista também pode providenciar a análise desses produtos para identificar se estão dentro dos padrões estabelecidos. “Quando estão fora, entramos em contato com o produtor para que ele faça a correção do problema”, explicou.
De acordo com o diretor da empresa responsável pela rastreabilidade dos produtos, Giampaolo Buso, entre as metas do programa estão a redução do desperdício, aumento de consumo de frutas, legumes e verduras, educação da população e padronização dos produtos. “Estamos colocando isso como desafio, porque não depende de nós mudar tudo isso e sim darmos direcionamento. O supermercado tem que agir e o consumidor tem que exigir”, disse.