Cristiano Ronaldo abriu caminho para ser eleito novamente o melhor jogador do mundo com os dois gols que fez na vitória de 4 a 1 do Real Madrid sobre a Juventus, neste sábado. O atacante deu mais uma taça da Liga dos Campeões da Europa ao time espanhol, a 12.ª da sua história, a segunda consecutiva desde a década de 1950, quando um lendário Real Madrid foi cinco vezes campeão seguidamente, comandado por jogadores como Gento, Di Stéfano e Puskás. Em Cardiff, no País de Gales, Cristiano Ronaldo se juntou a esses craques do passado de vez no hall da fama do time espanhol, para nunca mais sair.
Os gols fizeram do Real o “Rei” da Europa, em uma temporada em que o time de Madri também desbancou rivais importantes do seu próprio país, como o Barcelona, para ganhar o Campeonato Espanhol. Torcedores do Real Madrid do mundo inteiro estão em festa. Cristiano Ronaldo, um atacante sem limites, levou a melhor na briga com Buffon, que, aos 39 anos, continua sem ganhar a competição europeia.
Em campo, o que se viu foi uma primeira etapa digna da qualidade dos jogadores que pisaram no gramado do estádio de Cardiff. A Juventus, pouco reverenciada fora da Itália, sobretudo em comparação com os badalados times da Espanha e Inglaterra, deu uma aula de tática e posicionamento, regada ao talento e ginga de alguns jogadores sul-americanos, como o argentino Dybala e o brasileiro Daniel Alves.
O time de Turim apresentou-se como uma muralha, não na defesa, mas no meio de campo, frente a um Real Madrid que demorou para se acertar, com um Cristiano Ronaldo ausente até o 20º minuto de jogo. Ausente, mas não entregue. Porque na primeira bola em que ele teve chance de chutar contra Buffon, o português marcou, festejando com seu característico gesto de “eu estou aqui”. Não havia dúvidas disso.
O gol desmontou por alguns minutos a formação da Juventus, agora mais aberta em campo, com alguns jogadores não voltando mais para recompor o sistema defensivo. Antes do gol de Cristiano Ronaldo, era o time italiano que assustava mais, ora com Higuain para boa defesa de Navas, ora com Pjanic de longe. O Real Madrid era um equipe sem pressa, com Marcelo adiantado, mas sem se descuidar com as avançadas de Daniel Alves.
Os brasileiros da seleção chegaram a disputar bola nas duas partes do campo. Outro jogador de Tite, Casemiro fazia o trabalho “sujo” no meio de campo, ao estilo limpa- trilho, sério, compenetrado, esperando uma brecha. De acordo com Zidane, Casemiro dá tranquilidade ao restante do time com sua perseguição implacável à bola. Mas neste sábado estava segundos atrasados na marcação. Por isso, cometeu algumas faltas. O destino lhe reservava coisa melhor na partida.
Seis minutos depois de sofrer o gol de Cristiano Ronaldo, a Juventus se recompôs e, com um golaço de Mandzukic, mostrou que não estava em Cardiff por acaso. Uma trama bem montada na defesa do clube espanhol, com Higuaín ajeitando com categoria para a conclusão do croata
O empate por 1 a 1 no primeiro tempo daria contornos dramáticos ao segundo. E entraria em campo um novo elemento: o fôlego. E nesse quesito, o Real Madrid parecia mais bem preparado. A Juventus dava sinais de desgaste.
Com dez minutos, o madrilenhos já haviam chutado duas vezes contra Buffon. A Juventus mal chegava na área do time espanhol, em uma nítida inversão do que foi a etapa inicial. Marcelo tomou conta do lado esquerdo do seu time, sempre tentando achar Cristiano Ronaldo, que não pegava na bola, mas tinha marcação atenta dos zagueiros italianos.
O Real mandava no jogo. Não demorou para desempatar. Aos 15, Casemiro teve a chance que esperava e, com uma bomba de longe, de fora da área, venceu Buffon – a bola desviou em Khedira: 2 a 1.
A Juventus estava morta, entregue, sem forças, o oposto do seu rival em campo. Três minutos depois, aos 18, Cristiano Ronaldo faria o terceiro do Real, o segundo dele na decisão da Liga dos Campeões. Era o gol da 12.ª taça da competição europeia. Era o gol 600 de sua carreira. Era o gol para liberar a festa dos madrilenhos em Cardiff, na Espanha e no mundo inteiro.
Mas havia muito jogo ainda, tempo suficiente para a decisão acabar em goleada com o gol de Asensio aos 45. A Juventus amargava sua sétima derrota em finais da Liga dos Campeões, dessa vez de goleada para o Real Madrid de Cristiano Ronaldo, mais uma vez campeão europeu.
Com informações O Estado de São Paulo