De acordo com um levantamento feito pelo Reclame AQUI, site que reúne reclamações de consumidores sobre os mais variados serviços, de 2016 para 2017, as queixas sobre os sites que oferecem pacotes de viagens, passagens aéreas e quartos para hospedagem aumentaram 10,04%.
A escolada de reclamações muito se deve a alta na procura dos serviços. O site recomenda que o consumidor redobre a atenção na hora de adquirir um produto ou que procure saber dos seus direitos na hora de procurar uma reparação.
No caso do consultor Alfredo Laufer, de 75 anos, todos os canais de cobrança foram acionados na busca do reembolso após o cancelamento de uma passagem do Rio de Janeiro para Brasília. Sem poder utilizar a passagem, Laufer aceitou pagar uma multa de mais de 30% do valor pago e assim receber o restante. O problema, porém, é que a empresa aérea que emitiu a passagem e o site pelo qual Laufer comprou o bilhete não se comprometem com o reembolso.
“Paguei a multa pelo cancelamento e receberia um estorno por parte do valor da passagem. A empresa aérea já disse que devolveu (o valor do estorno). E o site não falou nada. Agora uma fica empurrando para a outra”, disse Laufer.
Para o diretor de operações do Reclame AQUI, Diego Campos, é preciso atenção diante das especificidades envolvidas nos serviços oferecidos por esses sites.
“O segmento aéreo é bastante complexo, assim como a oferta de hospedagens. A única forma de o cliente de se precaver é pesquisar bem o fornecedor antes de comprar. Isto é o primordial. Saber do histórico de determinada empresa é muito importante”, ressaltou Campos.
Cobrar é fundamental
Diante do aumento no número de questionamentos, assim como a crescente procura por ofertas pela internet, o diretor de operações do site Reclame AQUI, Diego Campos, reforçou a necessidade de o consumidor questionar as práticas indevidas. Para Campos, é fundamental registrar reclamações na internet, em páginas de defesa do consumidor ou na Justiça.
“Temos uma imagem de que o brasileiro é o famoso ‘reclamão’, mas isso não é verdade na prática. Ele aceita muito passivamente o que lhe é imposto. O famoso ‘deixa pra lá que não vale a pena’. A empresa observa esse pensamento e adota a prática ilegal como usual. Sente que vai ficar por isso mesmo”, destacou Campos.
No caso do consultor Alfredo Laufer, por mais que a busca na Justiça pelo estorno da passagem cancelada seja mais custosa que o próprio reembolso, a ideia de levar o caso ao Judiciário já está em seus planos.
“O valor não é muito alto, mas considero uma questão de cidadania mesmo. É muita falta de consideração com o consumidor. Se pararmos de reclamar, a prática vai ser tornar uma rotina. E o serviço só tem a piorar daqui para frente”, disse Laufer.
Com informações do Jornal Extra