Em tempos de crise, consumidores buscam a venda de pontos para manter suas contas em dia

Não é só quem está em solo que sente os efeitos da crise. Depois de 13 anos em ascensão, as companhias aéreas sofreram a primeira retração no número de passageiros em 2016. O que é problema para empresas de aviação se tornou uma alternativa para o fortalecimento das operadoras de milhas.

Em um mercado cada vez mais disputado, consumidores começaram a buscar alternativas para realizar sua viagem sem entrar no vermelho. Para atender a essa necessidade, surgiram novas operadoras de milhas como uma das melhores alternativas para manter o itinerário dos viajantes. Mas o que é e como funciona esse mercado de compra e venda de milhas?

O que é o mercado de milhas

O mercado de milhas surgiu de uma necessidade do consumidor não desperdiçar todos os pontos que adquiriu em compras do cartão de crédito ou em lojas parceiras dos programas de fidelidade. Hoje, Smiles e Multiplus se desprenderam das companhias originárias – GOL e LATAM, respectivamente -, abrangendo negócios para além do mercado de turismo

Tudo começou em 2008, quando em Belo Horizonte a Dotz começou a ofertar pontos pelas compras em supermercados e livrarias. Atualmente, é difícil pensar em um brasileiro que não possua ao menos um mecanismo com o qual acumula pontos. Porém, o número de usuários que perde essas milhas também se tornou mais frequente. Só em 2014, estima-se que R$ 3,9 bilhões em milhas foram desperdiçados – e tudo poderia ser aproveitado.

O sistema parece controverso. Para você vender suas milhas, precisa passar sua senha ao comprador, que pode ser uma pessoa, ou empresa. É inseguro? Para a CSM Milhas, especialista nesse mercado, a solução para se blindar contra fraudes consiste em encontrar um comprador com credibilidade no mercado e avaliar seus mecanismos para contato. “A empresa conta com avaliações positivas no Reclame Aqui, telefones para contato, sede física e atuação no mercado. São indícios de que a empresa é séria. De qualquer maneira, o ideal é alterar a senha após o fim da venda “, afirma o gerente de relacionamento da empresa.

Uma forma de unir pessoas que precisam de dinheiro e quem precisa de viajar

Quem busca dinheiro – seja para pagar as contas ou comprar produtos diferentes dos oferecidos nos programas de fidelidade – vê nas milhas uma forma de ter dinheiro em tempos de crise. Além disso, vender as milhas representa o fim da perda dos pontos pelo vencimento, como aconteceu com 3,9 bilhões em 2014. Em lado oposto, viajantes buscam passagens aéreas mais baratas. Pois, em regra, o preço do resgate com milhas varia menos em função de temporadas.

Fonte Estadão Conteúdo