A equipe do ministro Paulo Guedes estuda limitar ainda mais o auxílio-reclusão, benefício pago a familiares de presidiários. Deve ser levada ao presidente Jair Bolsonaro uma proposta para que somente quem ganhe até um salário mínimo possa deixar o benefício para os dependentes. Atualmente, esse teto é de aproximadamente R$ 1,3 mil.
Com o objetivo de garantir melhores condições e amparo a familiares de trabalhadores que foram presos, o auxílio-reclusão é pago essencialmente a crianças e jovens de até 19 anos. Essa faixa etária recebe 83% desses benefícios, de acordo com dados da Secretaria de Previdência repassados à Folha. Homens com mais de 19 anos não somam nem 1% dos que recebem o auxílio. Mulheres com mais de 19 anos são 16%.
Somente a população de baixa renda recebe a ajuda. Mas a proposta de reforma da Previdência pode reduzir ainda mais esse grupo. No ano passado, o gasto com auxílio-reclusão chegou a R$ 630 milhões, montante pouco significativo para o rombo de R$ 195,2 bilhões do INSS. Para receber o dinheiro, o familiar precisa comprovar que é dependente do trabalhador que foi preso e que já contribuía para a Previdência. Assim, o benefício poderá garantir a manutenção e sobrevivência dos familiares.