Apesar de manter foco na aprovação da reforma da Previdência, a base governista já se articula para a próxima pauta importante na gestão Bolsonaro que deve ser a reforma tributária. Liderança no congresso e líderes partidários já iniciam conversas sobre como amarrar uma modernização do sistema tributário.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer manter a agenda econômica ativa e prepara uma reforma tributária dividida em três eixos. O primeiro é a correção da tabela do Imposto de Renda (IR), com redução das faixas máximas. Posteriormente a unificação de cinco tributos federais em um, o PIS, Cofins, IPI, CSLL e IOF. E por fim, um tributo sobre transações financeiras de ponta a ponta, tanto por quem paga, quanto por quem recebe, aos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Há, no entanto, um embate entre a agenda econômica do governo e o desejo de protagonismo do Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz a pessoas próximas que Guedes não vai impor goela abaixo a agenda econômica no pós-Previdência. Ou se chegará a um consenso, ou o Parlamento vai tocar a pauta à revelia.
Para compor os interesses, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), iniciou uma articulação para apensar a proposta de unificação de tributos do governo e a sugestão de tributação sobre movimentações financeiras da equipe econômica à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), líder da legenda na Casa.