O Instituto Datafolha confirmou, nesta terça-feira, 2, em sua pesquisa com 3.240 eleitores em 225 municípios, a consolidação da liderança de Jair Bolsonaro (PSL) e o avanço da rejeição ao candidato do PT, Fernando Haddad, que mantém a segunda posição na preferência eleitoral. Bolsonaro aparece com 32% dos votos, seguido por Haddad (21%), Ciro (11%) e Geraldo Alckmin (9%). A candidata da Rede, Marina Silva, ficou com 4% de intenção de voto.

Os dados do da pesquisa do Datafolha, contratada pelo Jornal Folha de São Paulo e registrada no TSE sob o protocolo BR-03147/2018, são bem parecidos com os números do Ibope – Bolsonaro (31%), Haddad (21%), Ciro (11%), Alckmin (9%) e Marina (4%). Embora com metodologias diferentes, as duas pesquisas retratam um quadro real a seis dias do primeiro turno: a polarização entre Bolsonaro e Hdadad. O Ibope ouviu os eleitores no sábado e domingo.

O Datafolha fez as entrevistas, nesta terça-feira, 2, e pegou, de forma mais abrangente, o impacto das manifestações pró-Bolsonaro realizadas ao longo do domingo e da liberação do conteúdo da delação premiada do ex-ministro Antonio Palloci contra os ex-presidentes Lula e Dilma e o PT.

É provável que a repercussão das denúncias de Palloci tenha contribuído para o crescimento nos índices de rejeição de Fernando Haddad – 38%, no Ibope, e 41%, no Datafolha. Bolsonaro enfrenta rejeição de 44% (Ibope) e 45% (Datafolha). Ciro, pelo Datafolha, tem o menor índice de rejeição (22%) e Alkmin, 24%. Voltemos à polarização. O fortalecimento da candidatura de Jair Bolsonaro gera

apreensão entre os adversários que passam a conversar sobre a possibilidade de uma vitória do candidato do PSL no primeiro turno.

A matemática, porém, dá indicativos que geram frustração para os eleitores mais apaixonados de Bolsonaro que desejam vê-lo eleito no dia 7 de outubro. Com tantos candidatos e com tanta divisão entre os eleitores, é pouco provável que Bolsonaro reúna mais de 50% dos votos válidos para ganhar a eleição sem a necessidade de segundo turno. Esse cenário pode ser definido como pouco provável, embora lembremos que a vontade do eleitor é como tromba d´água: ninguém segura.

Observa-se entre os mais apaixonados o encanto com a ascensão meteórica do candidato do PSL e, ao mesmo tempo, a subida da rejeição a Fernando Haddad. Entre os extremos, muitos eleitores que adotam uma linha mais moderada, que buscam o equilíbrio nas conversas, passam a admitir uma mudança de voto para ‘’essa história’’ acabar logo no domingo, 7 de outubro. Em política, tudo é possível.

A eleição, porém, só termina com a contagem dos votos. Até domingo, o tempo ainda é uma eternidade para quem está na liderança das pesquisas. Os candidatos do PDT, Ciro Gomes, e do PSDB, Geraldo Alckmin, estão na contramão dessa eternidade e apostam todas as fichas – mesmo com tanta adversidade, que a eleição terá um cenário diferente do quadro pintado nas pesquisas do Ibope e do Datafolha.