Uma reportagem da Folha de São Paulo, na edição desta quinta-feira, 28, que analisa o cenário de candidaturas do PT ao Senado nas eleições de 2018, destaca que no Ceará o Partido dos Trabalhadores trabalha na construção de uma aliança com o MDB e o PDT em apoio à reeleição do Governador Camilo Santana e às candidaturas de Eunício Oliveira e Cid Gomes ao Senado.
A reportagem cita que, dos atuais 9 senadores do PT, apenas três poderão concorrer a um novo mandato. Em relação aos Estados do Ceará, Paraná, Pernambuco e Piaui, o texto relata que os senadores Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Regina Sousa (PI) e José Pimentel (CE) disseram, por meio das assessorias de imprensa, que há disposição dos parlamentares de disputar a reeleição, mas isso depende da composição da chapa local.
Segundo, ainda, a reportagem, no caso de Pimentel, sua candidatura poderá ser prejudicada por uma eventual aliança do PT cearense com o MDB e o PDT. ‘’Se isso ocorrer, as duas vagas da chapa ao Senado devem ser preenchidas por Eunício Oliveira (MDB) e pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), que contam com o palanque do governador Camilo Santana (PT), que disputará a reeleição’’, destaca a reportagem.
Os entendimentos entre Eunício e Camilo consolidaram uma parceria administrativa que vem dando resultados para o Estado e os Municípios do Ceará. Eunício, a pedido de Camilo, viabilizou recursos para construção do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, e garantiu as verbas para manutenção do Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim.
A partir das conversas entre Camilo e Eunício, o Governo Federal acelerou, também, as obras do Cinturão das Águas e da transposição de águas do Rio São Francisco. Se mantido o atual calendário de obras, as águas do São Francisco chegarão ao Ceará antes do mês de abril. O Cinturão das Águas é um conjunto de canais que receberá as águas da transposição e as distribuirá para outras bacias hidrográficas do Interior e da Grande Fortaleza. As obras, que entraram na agenda conjunta de Eunício e Camilo, abriram caminho para a aliança do PT com MDB e PDT.
De acordo ainda com a reportagem do Jornal Folha de São Paulo, “na primeira eleição legislativa após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT corre o risco de encolher sua bancada no Senado em 2018. A sigla tem hoje 9 senadores, número inferior a 2015, quando contava com 13. Do total, 7 parlamentares têm seus mandatos encerrados no ano que vem e apenas 2 candidaturas à reeleição são dadas como certas por lideranças da legenda.
Parte da indefinição se dá por dificuldades regionais para alguns senadores conseguirem palanques fortes na disputa. Como o PT perdeu força após o impeachment, alguns governadores do partido têm preferido dar apoio a siglas que ajudem em suas reeleições. A candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, que pode ser barrada pela Justiça, também deverá balizar o destino dos parlamentares.
O PT vem de um cenário de desgaste provocado tanto pelos escândalos de corrupção quanto pelo impeachment. De 2014 para cá, o partido não conseguiu reeleger o ex-senador Eduardo Suplicy (SP), hoje vereador da capital paulista, e ainda teve outras quatro baixas no Senado: Marta Suplicy(MDB-SP), Walter Pinheiro (sem partido-BA), Ângela Portela (PDT-RR) e o ex-senador Delcídio do Amaral, que foi cassado após ter sido preso na Lava Jato em 2015.
Crédito do UOL