Em entrevista ao Jornal Alerta Geral, na edição desta sexta-feira, 29, do Jornal Alerta Geral (FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 22 emissoras no Interior), o presidente da Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias falou sobre o baixo volume de água nos reservatórios que abastecem as cidades do Interior e da Grande Fortaleza. Apesar na chegada da pré estação de chuvas, a situação nos reservatórios cearenses é alarmante. Alguns deles estão com menos de 1% de sua capacidade hídrica. Na última semana, o açude Castanhão, responsável pelo abastecimento de cidades do Vale do Jaguaribe chegou aos 2,8%.
O Governo do Estado adotou uma série de medidas – como a perfuração de poços, para dar suporte ao consumo da população, mas, mesmo, assim, as dificuldades com a escassez de água aumentam com a incerteza sobre a quadra invernosa de 2018.
Segundo a Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos, Cogerh, o retrato da crise hídrica está na Barragem do Castanhão, que possui capacidade para acumular 6,7 bilhões de metros cúbicos de água, mas, nesse momento, está com apenas 2,8% desse volume de água. “Nós estamos atravessando a pior crise hídrica que o Estado do Ceará já enfrentou nos últimos 100 anos. A falta de chuvas reflete diretamente nos nossos reservatórios e nas águas subterrâneas. Nós temos uma capacidade de acumulação de 18 bilhões nos 155 açudes, desses nós temos 1 bilhão 380 milhões de reservas. Isso significa 7,4% da média dos 155 açudes que monitoramos”, explica Lúcio.
De acordo com o presidente da Cogerh, apesar da situação, alguns pontos do estado estão com a situação hídrica estável, como a Região Norte. As bacias do Coreaú, do Litoral, do Acaraú, da Serra da Ibiapaba e Metropolitana são as que menos geram preocupação. A situação é pior na Região Central do Estado. “A bacia do Banabuiú, se encontra com 2,36%. É uma situação muito crítica! E nos Sertões de Crateús, a Bacia dos Sertões de Cratéus estamos com menos de 1% dessa bacia hidrográfica. Além disso, nos grandes reservatórios também preocupa. No caso o Banabuiú está com menos de 1%, o Castanhão com 2,8% e o Orós com 6,4% da sua reserva”, destacou.
Sobre a possibilidade de racionamento nas cidades abastecidas pelo açude Castanhão, João Lúcio, diz que neste momento não se fala nesta medida e que, apesar da escassez, ainda há como manter o abastecimento até o início da quadra chuvosa. A expectativa é de que, com as chuvas entra janeiro e abril, haja uma recarga suficiente para reverter a atual situação do Estado.