Resistências nos Estados de Pernambuco e Minas Gerais podem levar por terra o acordo nacional entre PSB e PT para isolar o pedetista Ciro Gomes. Em Pernambuco, a neta de Miguel Arraes, a petista Marília Arraes negou que vai desistir da candidatura ao governo do Estado e conta com o apoio de correligionários no estado. Já em Minas Gerais, o ex-prefeito Márcio Lacerda, candidato do PSB ao governo, também decidiu peitar o diretório nacional da sigla, ele ameaçou, inclusive, recorrer à Justiça para se manter na disputa.
As resistências animou os pedetistas em fechar a aliança com os socialistas, que daria fôlego a candidatura de Ciro Gomes. O acordo feito em gabinete não ouviu as bases e por isso está causando ruídos, avaliam lideranças dos partidos. O deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), vice-líder da legenda na Câmara, avalia que o acordo foi selado muito tardiamente. “Acho que política a gente faz com discussão. Não com autoritarismo, da forma como o PT fez, passando por cima”, afirmou.
O  deputado Patrus Ananias (PT-MG), vice-líder da legenda na Câmara, se diz apreensivo quanto o partido impedir  a candidatura de Marília Arraes. Ele defende que as alianças sejam programáticas e pensadas com serenidade.
Os diretórios nacionais querem colocar panos quentes sobre a polêmica. Mas os ânimos estão inflamados. Lacerda manteve conversas com Arraes, e prometem resistir. A estratégia dele será a judicialização.  Em áudio, Lacerda pediu apoio a pessebistas na convenção estadual do partido, no sábado.
Diante da polêmica, o PDT começou a se movimentar. O vice-presidente nacional do partido e líder na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), sugeriu nas redes sociais o lançamento de mais candidaturas a governos nos estados, visando reduzir a aliança entre PT e PSB. Atualmente o partido tem sete candidatos ao governo, além de vices e senadores.
Ele sugeriu, inclusive, lançar uma candidatura própria em Pernambuco com o advogado Túlio Gadelha, namorado da apresentadora Fátima Bernardes, que poderia ter o apoio dos dissidentes do PT e de Arraes.
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) chamou o movimento petista que garantiu a neutralidade do PSB nas eleições nacionais de “providência golpista”.  Ele disse que o PT é “um dos grandes responsáveis pela tragédia brasileira” e que nunca quis o apoio do PT pois o partido “tem a natureza do escorpião”.