As medidas anunciadas, na noite desta terça-feira, pelo Governador Camilo Santana (PT) e pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), com restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais na Capital, dão a verdadeira dimensão da gravidade da pandemia da Covid-19 no Ceará.
Uma informação antecipada, neste site e, no Jornal Alerta Geral, nessa segunda-feira (1º), pelo repórter Carlos Alberto, revelava, com base em depoimentos da área médica, que a variante da Covid está na Grande Fortaleza desde o início de janeiro.
O Secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto, descartou, ao ser questionado sobre o assunto, que tenha sido diagnosticado a variante do coronavírus em pacientes internados em hospitais de Fortaleza.
O vai e vem de passageiros – inclusive pessoas infectadas com Covid-19, entre cidades da Região Norte, especialmente, do Estado do Amazonas, e Fortaleza, era um indicativo de que o coronavírus, com a nova variante, se espalhou ainda mais em solo cearense.
As ações anunciadas pelo Governador Camilo Santana eram esperadas desde o início da última semana de janeiro, mas acabaram sendo proteladas por, pelo menos, 10 dias, e, nesta terça-feira, as restrições caíram como surpresa na vida de milhões de moradores da Região Metropolitana de Fortaleza.
As autoridades sanitárias já trabalhavam com esse quadro de agravamento da saúde que exigia as medidas oficializadas pelo Chefe do Executivo Estadual. A ausência da máscara e as aglomerações vistas com frequência em cidades do Interior e da Grande Fortaleza contribuíram, de forma determinante, para o surgimento de novos casos da Covid-19, o que provocou um aumento significativo na ocupação de leitos das redes pública e particular de saúde.
ESTADO DE CALAMIDADE
O Governador Camilo Santana anunciou, ainda, o envio à Assembleia Legislativa de uma mensagem com a prorrogação, por mais seis meses, do estado de calamidade pública no Ceará, o que permite ao Governo do Estado a execução de gastos sem observação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os Municípios serão beneficiados com essa medida porque terão, também, a decretação, pela Assembleia Legislativa, da situação de calamidade.
Os gestores municipais ficarão com menos amarras para realizar gastos, compras e contratação de serviços considerados essenciais no combate à pandemia da Covid-19 sem seguir as regras estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal. A iniciativa do Governo do Estado deverá se repetir em outros estados brasileiros o que poderá forçar o Governo Federal a adotar medidas de assistência aos desempregados ou aos trabalhadores sem renda e aos estados e municípios.
A volta do auxílio emergencial, diante de uma nova onda da pandemia, entra com mais força no debate do Congresso Nacional e pressiona o Governo Federal a instituir programas que evitem o empobrecimento ainda maior da população mais vulnerável que, com a Covid-19, perdeu renda e enfrenta dificuldades para pagar as contas e se alimentar.