O secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira, afirmou, após reuniões técnicas com representantes do Ministério da Saúde, que o governo do Rio não abrirá mão de vacinar toda a população fluminense, de cerca de 12 milhões de pessoas, contra a febre amarela até o fim deste ano.

Para que isso ocorra, a secretaria estima que serão necessários de 8 milhões a 9 milhões de novas doses, além de 3,6 milhões já disponibilizadas para as 92 prefeituras do estado.

Dados divulgados nessa sexta-feira (31) pelo governo do Rio mostram que entre os 64 municípios que integram a lista de cidades prioritárias para a imunização, 44 já têm as doses necessárias para a vacinação de seus habitantes.

A lista de municípios prioritários é feita pela secretaria com base na avaliação constante do cenário epidemiológico do Rio e de estados vizinhos, como Minas Gerais e o Espírito Santo.

O secretário de Saúde defende o “uso racional” da vacina, o que significa que os esforços iniciais devem proteger a população que vive em áreas consideradas de maior vulnerabilidade.

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“Começamos com o cinturão formado pelas cidades localizadas nas divisas com Minas Gerais e o Espírito Santo, que já têm comprovação da circulação do vírus. Com a evolução do cenário epidemiológico, ampliamos nossa estratégia e, atualmente, temos 64 municípios prioritários. Agora, estamos disponibilizando novos lotes para esses municípios, além de destinar parte da nova remessa para reposição em outras cidades do estado”, diz o secretário em nota.

Segundo Teixeira, é importante que, fora das cidades prioritárias, sejam imunizadas as pessoas que planejam viajar para áreas consideradas de risco.

Estratégia

A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu ainda, na nota, que a estratégia de vacinação em cada cidade deve ser definida por cada uma das 92 prefeituras, observando a disponibilidade de doses pelo Ministério da Saúde, a capacidade operacional – como o número de postos e de pessoal capacitado para o trabalho -, além do armazenamento correto das doses, para que não haja perda de vacinas.

Para apoiar os municípios prioritários, a secretaria fez parceria com o Corpo de Bombeiros e com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) a fim de que os agentes de saúde possam chegar às áreas rurais mais distantes e de difícil acesso. Em Casimiro de Abreu, município onde foram confirmados os primeiros casos da doença no Rio, foi montado um hospital de campanha, que imunizou mais de 6 mil pessoas em 48 horas.

Balanço

O último balanço divulgado ontem à noite pela Secretaria de Saúde indicava que o número de casos confirmados de febre amarela silvestre no estado chegava a nove. Desses, sete casos ocorreram no município de Casimiro de Abreu, com uma morte. São Fidélis registrou um caso, São Pedro da Aldeia também um, sendo que o paciente contraiu a doença em viagem à zona rural de Casimiro de Abreu.

Em duas localidades, São Sebastião do Alto e Campos dos Goytacazes, foram confirmados dois casos da doença em macacos.

A Subsecretaria de Vigilância em Saúde orienta os municípios para que deem prioridade à população que vive em áreas próximas a matas e zonas rurais.