A flexibilização das regras de distanciamento social, com a retomada das atividades econômicas e, ao mesmo tempo, o relaxamento de cuidados pela população podem contribuir para interrupção da queda no número de pessoas infectadas pela Covid-19. A tendência dessa interrupção, de acordo com o boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo, é observada em 8 capitais – Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Macapá, Manaus, Natal, Teresina e Curitiba.
Quanto aos estados, o alerta, com essa mesma preocupação, é direcionado ao Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima. Nesses estados, os estudos apontam indícios de que as quedas não estão mais acontecendo e que as atualizações diárias do quadro epidemiológico podem estagnar em valores muito superiores aos picos da primeira onda registrada em 2020.
Os balanços diários da covid-19 divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que o Brasil encerrará a semana epidemiológica 16 seguindo o ritmo de queda observado desde a semana anterior. Devido ao represamento dos números, os indicadores não refletem, no entanto, a situação atual e, sem a continuidade dos cuidados para manter o declínio da curva, a tendência é de que haja interrupção do processo.
“Causa grande preocupação esses estados e capitais apresentarem uma interrupção na queda estando em valores muito altos. O simples fato de parar de estabilizar não garante tranquilidade’’, alerta o coordenador do InfoGripe,
Marcelo Gomes, em declaração publicada pelo Jornal Correio Braziliense. As flexibilizações das normas que restringem o funcionamento de atividades econômicas são apontadas como principal fator que, na avaliação de especialistas, contribuem para a transmissão da covid-19.
“Enquanto não se chegar a um valor baixo não se poderia falar em retomada”, observa o coordenador do InfoGripe