“O Estado do Rio Grande do Norte colocou bloqueadores mesmo sem uma lei. São Paulo coloca bloqueadores e não precisa [de uma lei]. Por que o Estado do Ceará não coloca?”, questiona o deputado estadual Carlos Matos em entrevista, nesta sexta-feira (18), ao Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior).

Ao abordar o Deputado sobre a maior crise de segurança pública da história do Ceará – a onda de ataques das facções em resposta a declaração do secretário da Administração Penitenciaria Luis Mauro Albuquerque – o jornalista Beto Almeida questionou sobre a lei que visava retirar as tomadas dos presídios para dificultar a comunicação via celular dos líderes de facções encarcerados.

O deputado Carlos Matos conta que, a princípio, apresentou 4 emendas para combater o crime organizado, e que uma delas não era sobre tomadas.

“[As tomadas] foi uma negociação que eu tive que ceder”, afirma o Deputado.

A emenda original era sobre a implantação de bloqueadores de sinais de celular.

“A lei que foi para a Assembleia sobre os bloqueadores, eu chamaria de covarde, porque na sua essência, era inconstitucional. Ai depois se culpa o Supremo Tribunal de Justiça por ter declarado institucional”, afirma Carlos Matos.

Durante a entrevista, o deputado ressaltou essa manobra como forma de estratégia para disfarçar, segundo ele, falta de coragem do Governo:

“Quando se pergunta para uma autoridade do Governo do Ceará porque os bloqueadores não foram implantados, se diz que é porque o STJ não deixou. Isso não é verdade, porque a lei exigia que as empresas de telefona bloqueassem o sinal. Isso é inconstitucional. Ela [a lei] foi colocada, a propósito, para não ser aprovada”, afirma Matos.

O próprio deputado tem a resposta para o seu questionamento inicial:

“Quando você conversa com especialistas, todos dizem que o bloqueador é fundamental. Por que o Estado do Ceará não coloca? Porque não tem coragem. Mas, em vez de dizer isso, culpa o STJ. É a lei covarde”, conclui o deputado.

Escute a entrevista na íntegra no player abaixo: