O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta segunda-feira (11) que, se houver os votos necessários, colocará a reforma da Previdência (PEC 287/16), na pauta do Plenário na semana que vem, a partir de terça-feira (19).

Reconhecendo que o prazo é curto, Maia disse que ele e o governo estão trabalhando para avaliar as condições para analisar a proposta antes do recesso. “Não é fácil votar”, disse.

Rodrigo Maia voltou a defender o diálogo e informou que até quarta-feira (13) a base aliada ter uma sinalização mais clara sobre o apoio ao texto. São necessários pelo menos 308 votos, em dois turnos de votação.

“O presidente Michel Temer vai reunir líderes para fazer a contabilidade, ver onde estão os problemas para conseguir os 308 votos. Temos que trabalhar em dobro para gerar em condições para colocar em votação na próxima semana”, disse o presidente da Câmara após participar, em São Paulo, de evento do Conselho Superior do Agronegócio.

Um dos atuais vice-líderes e futuro coordenador político do governo Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse estar otimista com a aprovação da proposta. “É crescente o número de apoios a favor da reforma, talvez não a quantidade que precisamos, mas é crescente”, afirmou.

“A Previdência, hoje, é um Robin Hood ao contrário, que tira recursos dos pobres para dar aos ricos. Eu quero saber é quem vai se mostrar contrário à reforma na hora da votação”, continuou.

Marun assume na quinta-feira (14) o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo. Ele substitui o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que retorna à Câmara.

Em pauta
Segundo Rodrigo Maia, mesmo se não for analisada neste ano, a reforma da Previdência não vai sair da agenda da Câmara. “O nosso papel é construir condições para que estados, união e municípios possam investir na melhoria de qualidade de vida das pessoas e isso só vai acontecer quando vencermos essa pauta”, avaliou.

“Trabalho para que acabe neste ano, esse é meu empenho. Não é fácil, mas há um consenso dos que entendem de contas públicas que, sem a reforma da Previdência, vamos para o colapso fiscal”, continuou. “Tenho certeza de que isso não é bom para nenhum brasileiro.”

Na mesma linha, o futuro ministro Carlos Marun disse que, se não for votada neste ano, a reforma será retomada em 2018. “Isso não sai mais da pauta, é uma necessidade para o País”, afirmou. “A economia está dando sinais de recuperação em função das expectativas que foram criadas.”