A Rússia está nas quartas de final da Copa do Mundo. Ou seria mais surpreendente o contrário: a Espanha está eliminada do Mundial. Talvez seja. A Fúria era favorita mesmo diante dos donos da casa, mas passou longe de fazer jus ao que dela se esperava. Tocou a bola sem objetividade, agrediu pouco – excetuando algumas estocadas de Rodrigo e Aspas, já na reta final da prorrogação – e foi castigada nos pênaltis. Limitado, o time russo pode chegar até mais longe, pelo chaveamento.
O goleiro Akinfeev, que já fizera uma boa partida, com defesas importantes, brilhou nas penalidades com defesas em cobranças de Koke e Aspas e colocou a Rússia nas quartas de final. Ninguém desperdiçou, do lado russo. E De Gea, de quem tanto se esperava, se despede da Copa 2018 com falhas, vários gols sofridos e sem defender nenhum pênalti quando o time precisou. Agarra muito, mas teve dias para esquecer. Vale repetir para cair a ficha: a Espanha está eliminada nas oitavas de final da Copa 2018.
Akinfeev: a volta por cima
Igor Akinfeev terminou a Copa do Mundo de 2014 desmoralizado. Levou frangaço contra a Coreia do Sul, falhou em gol da Argélia, e a Rússia foi eliminada na primeira fase. Por isso, este domingo, 1º de julho, ficará marcado para o goleiro. A Rússia só eliminou a Espanha porque contou com grande atuação de seu camisa 1. Fez grandes defesas ao longo da partida, sobretudo em chutes de Iniesta e Rodrigo. Nos pênaltis, foi melhor ainda: pegou cobrança de Koke e tirou com os pés o chute de Aspas. Desta vez, Akinfeev garantiu com méritos um grande feito de sua seleção. Redenção merecida.
De Gea: a decepção
Antes da Copa do Mundo, muita gente apostaria que a luva de ouro – prêmio de melhor goleiro – ficaria com David de Gea. E com toda a coerência: fez temporada espetacular pelo Manchester United. O De Gea da Copa 2018, no entanto, foi irreconhecível. Frango em gol de Cristiano Ronaldo, apenas uma defesa (contra o Irã) em sete chutes no alvo e nenhuma defesa de pênalti em quatro cobranças diante da Rússia. Parece ter trocado de papel com o Akinfeev de 2014.
Iniesta: o adeus de um monstro
O Estádio Lujniki teve a honra de ver o talento de Iniesta pela última vez numa Copa do Mundo. O craque marcou o gol do único título mundial da história da Espanha, em 2010, na final contra a Holanda e, aos 34 anos, pretende se aposentar no Vissel Kobe, do Japão, após marcar época no Barcelona. No jogo contra a Rússia, entrou aos 22 minutos da segunda etapa do tempo normal e quase marcou em finalização defendida por Akinfeev. Nas penalidades, mandou para as redes com a habitual tranquilidade, mas o time não correspondeu. Perde muito a Copa do Mundo.
Espanha: segue o tabu
A Fúria não consegue se livrar de uma incômoda escrita: em três ocasiões, havia sido eliminada pelo time da casa em Copas do Mundo (Itália, em 34, Brasil, em 50, e Coreia do Sul, em 2002). Agora, a queda precoce acontece para a Rússia, nas oitavas de final de 2018, em Moscou. O futebol que o time apresentou não foi efetivo o suficiente – como já não havia sido nos jogos anteriores – para quebrar esse tabu. Que o Catar não cruze o caminho espanhol em 2022.
E agora? Como fica?
Se a Espanha se despede, a Rússia vai adiante na Copa. Os donos da casa aguardam o resultado de Croácia x Dinamarca, logo mais, às 15h (de Brasília), para definir seu adversário das quartas de final. A data do futuro confronto será 7 de julho, sábado, às 15h (de Brasília), em Sochi.
Com informações Globo Esporte